segunda-feira, 30 de abril de 2018

Sobre autoajuda e outros pontos


Hoje uma tia querida e admirada me mandou um vídeo miniconferência de Lori Deschener, uma escritora, filósofa e budista de autoajuda (https://youtu.be/0sw84V3ADBE ). Indicou-me assistir e me questionou: “o que vc “defende”/“prega” é “auto-ajuda”?” O vídeo fala de importantes pontos e que me inspiraram reflexões e a escrever. Agradeço a oportunidade de reflexão e inspiração neste domingo ensolarado, rendendo mais um artigo :-)

Alguns pontos:
  • O problema autoajuda x autoatrapalha;
  • O problema do desgaste do termo autoajuda;
  • Os problemas das generalizações radicais, propostas simplórias e charlatães manipuladores;
  • O problema das muitas teorias e poucas práticas sem desenvolvimento pessoal efetivo. Muita gente lê e compartilha coisas lindas de “autoajuda”, mas sua prática cotidiana não às incorpora. Às vezes, é até contrária àquilo!
  • Todos temos nossas limitações;
  • Todos temos grandes histórias pessoais – “Tiny Buddha” -  que podemos compartilhar e contribuir para a vida de outras pessoas – o “Senso de Community”: “todos podemos ser também inspiração para outros”.

A autoajuda é sim, possível, mas é um termo desgastado e estigmatizado. De fato há propostas de autoajuda que podem destruir a psique de uma pessoa. Como outras que podem salvar alguém!

É possível sim o autodesenvolvimento, a autoevolução, e defendo propostas técnicas, sérias, que ajudem realmente as pessoas interessadas em evoluir e em contribuir para um mundo melhor – cada um do seu jeito. 

Confesso a todos que, que apesar de buscar aplicar minhas 103 pílulas de inteligência emocional, entre outras pílulas evolutivas, tenho muito chão a percorrer na jornada evolutiva. Mas me alegra constatar, de tempos em tempos, que não estou parada no acostamento! 

Segue link para o artigo ampliador de alguns pontos, resultante destas inspirações. De Tiny Buddha de minha tia, para o meu “Tiny Budha” http://claressencia.blogspot.com.br/2018/04/autoevolucao-caminho-de-realizacoes.html .

AUTOEVOLUÇÃO – caminho de realizações pessoais dependente de discernimento

O termo autoajuda está muito desgastado, pela enxurrada de livros e propostas produzidas, e, principalmente, pelos autores e propositores simplórios, simplificadores, prolixos, limitados, e até charlatães manipuladores, marcadamente aqueles com grande carisma, efusivos e apelativos. E que quando pior, colocam rótulos nas pessoas, generalizam, ou pregam teorias hipotéticas como verdades absolutas. Ou propõem um “remédio” que cura todas as “doenças”, de todas as pessoas.

É necessário muito cuidado com a seleção dos conteúdos de autoajuda. Particularmente, prefiro palavras como autodesenvolvimento, autoliderança, ou autoevolução. E penso sim, que cada um precisa se responsabilizar pelo seu processo de crescimento pessoal. Sou fã da máxima de Galileu: “não se pode ensinar nada a um homem, que já não esteja dentro dele”. E portanto, precisamos fazer contínuos “inputs” de sabedoria e conhecimento, por estudos, análises das realidades dos outros, reflexões e vivências práticas, pessoais. 

Em minha experiência, preciso sentir que hoje, estou mais evoluída que 5 anos atrás, e não consigo deixar de desejar estar melhor que hoje, daqui a 5 anos. Causa-me mal estar quando me percebo repetindo os mesmos erros, ou sofrendo do mesmo jeito ou pelas mesmas razões. Busco ampliar continuamente a pacificação íntima, ser uma pessoa melhor, e contribuir cada vez mais para um mundo melhor, ajudando as pessoas a também evoluírem.

Voltando ao tema autoajuda, é fato que cada pessoa é única, e todos enfrentam desafios, traumas, decepções, etc. E cada um tem motivações, aspirações, valores diferentes. Por isso, cada “proposta”, técnica, linha filosófica, método, não vai servir para todos. E vai ter casos, que será necessária a ajuda de um profissional, para que alguém possa superar determinado problema, ou desenvolver certo traço força que deseja ter. 

É necessário muito cuidado com as promessas oferecidas em livros, cursos, e, agora, muita coisa na internet. Boas e péssimas. Daí porque considero que o discernimento é um dos traços mais importantes a desenvolver, para saber diferenciar o que presta, e o que não presta, o que funciona e o que não funciona; entender que algo ótimo para uma pessoa, pode não servir para outra. O cuidado com jargões, e afirmações radicais. 

Exemplificando, nos primórdios da Psicologia, Freud era categórico em colocar a libido como responsável ou associada a todos os problemas psíquicos. Felizmente avançamos, e hoje temos várias linhas mais interessantes que a Psicanálise freudiana. Recentemente ouvi um “guru” muito reconhecido na sociedade, falando que tudo, em absoluto, é resultado da ação dos seus pais. E que tudo o que seus filhos forem, é responsabilidade sua. 

Em décadas de estudo e pesquisa na Psicologia e Conscienciologia, é possível afirmar que de fato, há um peso significativo na formação psicoafetiva do indivíduo, dos pais e do meio em que a pessoa se desenvolve. Mas se alguém fechar seu raciocínio apenas nestas “máximas”, de maneira radical, vai deixar de enxergar inúmeras outras variáveis, e, certamente, vai deixar de resolver seus “problemas” e de alavancar sua evolução.
Para concluir, dou extremo valor sim, a propostas de qualidade para a autoevolução, autodesenvolvimento, autoajuda, desde que incluam contínuos investimentos na ampliação do autodiscernimento, até para saber quando vai precisar de ajuda externa. E uma dica final: junte a isso a “intenção cosmoética”. Que seu desejo de se desenvolver seja benigno, altruísta, e inclua o bem comum, outras pessoas. Você melhor e um mundo melhor. E na prática cotidiana!

O ideal mesmo, é a evolução dentro do Paradigma Consciencial! Como já expus em outros posts aqui neste blog