terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

O Princípio da Motivação - Por Rogério Martins

Em recentes pesquisas e apresentações sobre motivação uma pergunta tem sido recorrente: o que nos motiva na vida? Desde que iniciei meus estudos sobre motivação humana descobri diversas explicações, conceitos, teorias e experiências que às vezes me confundiram sobre o verdadeiro princípio da motivação. Porém, isto me estimulou a procurar no convívio diário com profissionais, executivos, alunos e amigos o verdadeiro sentido do que nos motiva na vida.

De certo que não encontrei uma explicação definitiva sobre o assunto, mas percebi uma linha de conduta comum a todas as pessoas bem sucedidas que mantive e mantenho contato até hoje. O traço comum de comportamento que coloco como um dos princípios da motivação humana é a capacidade de pensar positivamente sobre seu futuro.

O fator “visão positiva do futuro” faz com que as pessoas tragam algum significado para suas vidas. Quando pensamos sobre nossos futuros estamos criando uma ponte para o sucesso. Nossas ações passam a ter um sentido à medida que organizamos os sonhos e ambições. É fundamental ter sonhos para que encontremos motivos em nossas vidas. O sonho é o primeiro passo para a concretização dos objetivos. Para alguns o sonho é casar e ter filhos, para outros é ser bem sucedido profissionalmente, em outros casos é ter mais tempo para si mesmo, e assim por diante. À medida que projetamos estes sonhos em nossas mentes criamos condições favoráveis para vivermos motivados para alcançá-los.

 Em função disso, afirmo que para encontrar a motivação para o dia-a-dia é preciso primeiramente ter sonhos, projetos sobre o futuro, uma visão clara e significativa de onde se quer chegar ou o que se quer fazer com a própria vida. É preciso ter um sentido maior e que faça a diferença para si mesmo.

Há um caso real que reforça esta idéia: a do psiquiatra judeu Viktor Frankl que, preso no campo de concentração de Auschwitz, em plena Segunda Guerra Mundial, traçou três metas ao chegar naquele local deplorável: manter-se vivo, ajudar as pessoas com seus conhecimentos médicos e aprender alguma coisa com aquela situação. Ele conseguiu! No livro “Em busca de sentido”, Viktor Frankl descreve os horrores daqueles momentos quando foi quase vítima do extermínio, mas por definir claramente seu futuro agiu diariamente motivado para cumprir suas três metas.

No mundo corporativo também encontramos casos semelhantes de determinação, motivação e foco no sucesso. O exemplo mais recente é da empresa japonesa Toyota. Há alguns anos seus executivos traçaram a meta de ser não somente a melhor empresa de fabricação de automóveis, mas a maior. Este plano está se tornando realidade porque seus funcionários, clientes e fornecedores compartilham este futuro. Um executivo da indústria de autopeças contou-me, certa vez, um fato interessante sobre o relacionamento e visão compartilhada relativo a montadoras, na qual a Toyota foi citada. Segundo ele, quando havia algum problema no material entregue, as montadoras costumavam chamar para uma conversa e apontar “o erro do fornecedor”, enquanto que a Toyota chamava para a reunião abordando “a resolução de um problema nosso”. Os profissionais da Toyota colocavam a situação como algo a ser resolvido em conjunto e o ônus era partilhado entre as partes. Isso fez e faz toda a diferença.

Voltando aos sonhos, é preciso ter cuidado com o tamanho deles. Algumas vezes o sonho é tão grande que, para ser alcançado com sucesso, deve ser dividido em pequenas partes. Caso contrário, a frustração de não atingir aquele objetivo é um fator de desmotivação tão poderoso que poderá ocasionar a sensação de derrota. Para se chegar à vitória é preciso pensar nela primeiro. Vários esportistas e executivos de sucesso já apontaram que o fator determinante de suas conquistas foi a associação de uma visão positiva de seu futuro, com a determinação para alcançar a vitória. É preciso sonhar e agir. Planejar e realizar. Conquistar e comemorar.

Como sabemos, a motivação é um fator intrínseco ao ser humano e influenciado por fatores externos (pelo meio em que vivemos e pelas pessoas que convivemos). Por isso, nada mais natural que o princípio da motivação se encontre em nossos sonhos, desejos e ambições que, aliados a um sentido de ação, tornam-se a visão de futuro que nos impulsiona a realizar, agir, fazer, trabalhar, namorar, crescer e, enfim, viver. Motivos não faltam; basta dar um sentido a eles.

Gestão do tempo - desconheço autor

Um consultor, especialista em 'Gestão do Tempo', quis surpreender a platéia durante uma conferência. Tirou debaixo da mesa um frasco grande, de boca larga. Colocou-o sobre a mesa, ao lado de uma pilha de pedras do tamanho de um punho, e perguntou:
"Quantas pedras vocês acham que cabem neste frasco?"
Após algumas conjecturas dos presentes, o consultor começou a colocar as pedras, ate encher o frasco. Perguntou, então: "Está cheio?"
Todos olharam para o frasco e disseram que sim. Em seguida, ele tirou um saco com pedrinhas bem pequenas debaixo da mesa. Colocou parte das pedrinhas dentro do frasco e agitou-o. As pedrinhas penetraram pelos espaços encontrados entre as pedras grandes. O consultor sorriu, com ironia, e repetiu:
"Esta cheio?"
Dessa vez, os ouvintes duvidaram: - "Talvez não...".
"Muito bem!" - exclamou o consultor, pousando sobre a mesa um saco com areia, que começou a despejar no frasco. A areia filtrava-se nos pequenos buracos deixados pelas pedras e pelas pedrinhas.
"Esta cheio?" - perguntou de novo.
"Não!" - exclamaram os ouvintes.
Pegou, então, um jarro e começou a jogar água dentro do frasco, que absorvia a água, sem transbordar. Deu por encerrada a experiência e perguntou:
"Bom, o que acabamos de demonstrar?"
Um participante respondeu:
"Que não importa o quão cheia está a nossa agenda; se quisermos, sempre conseguiremos fazer com que caibam outros compromissos."
"Não!" - concluiu o especialista - "O que esta lição nos ensina e que, se não colocamos as PEDRAS GRANDES primeiro, nunca seremos capazes de colocá-las depois.
E quais são as GRANDES PEDRAS nas nossas vidas? São NOSSA EVOLUÇÃO, AJUDAR OS OUTROS, NOSSOS FILHOS, A PESSOA AMADA, OS AMIGOS, OS NOSSOS SONHOS, A NOSSA SAÚDE.
O resto é resto e encontrará o seu lugar..."

Texto Fugacidade x Propósito de vida

“Não estou querendo dizer que lazer, diversão, prazer não sejam importantes. Eu também busco-os sempre! Mas que estes itens, por si sós, não consolidam um sentido de vida que traga a real satisfação de viver”.
Melhor ter uma vida evolutiva, com momentos de alegrias/prazer, que viver sem um sentido, na tentativa vã de ser feliz apenas através de momentos – felizes, mas fugazes.
Por bastante tempo busquei a felicidade em caminhos inúteis, fantasiosos, ilusórios. Há algum tempo descobri que apenas momentos de prazer ou alegrias fugazes não me faziam feliz. Recentemente li um texto antigo do Gikovate em que colocava a felicidade como dependente do indivíduo se ver evoluindo ao longo dos anos. Viktor Frankl, propositor da Logoterapia e sobrevivente de um campo de concentração, demonstrou a importância de a pessoa ter um propósito de vida.
É mais inteligente buscar momentos de prazer e alegrias em meio a uma vida com propósito altruísta, que traga a permanente satisfação íntima de viver uma vida com sentido pessoal ideal, a razão de viver personalíssima, do que buscar esta satisfação em repetidas investidas em momentos fugazes de alegria/prazer, que sempre terminam, evaporam-se, normalmente sem preenchimento de nosso ser.
É fundamental que cada um identifique um sentido pessoal de vida. Para mim, é inarredável o propósito da Evolução consciencial. Ajudar a fazer um mundo melhor. Dar sua contribuição à sociedade com ações de cidadania, ecologia, voluntariado. Ter um trabalho construtivo. Educar. Ajudar outras pessoas em algo que você já sabe. São algumas alternativas.
Diante do exposto, questionamos você leitor ou leitora: Qual a preponderância em sua vida? Atividades hedonistas ou atividades evolutivas? O que lhe traz prazer de viver? Qual o sentido da sua vida?
Recomendações bibliográficas:
Um sentido de vida – Victor Frankl
Maturidade e Poder Pessoal Caminhos do Autodesenvolvimento - Waldir Bíscaro.

O que é voluntariado? - Mónica Corullón

O que é voluntariado?

Segundo definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte c seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos..."
Em recente estudo realizado na Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, definiu-se o voluntário como ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político, emocional.
Quando nos referimos ao voluntário contemporâneo, engajado, participante e consciente, diferenciamos também o seu grau de comprometimento: ações mais permanentes, que implicam em maiores compromissos, requerem um determinado tipo de voluntário, e podem levá-lo inclusive a uma "profissionalização voluntária"; existem também ações pontuais, esporádicas, que mobilizam outro perfil de indivíduos.

Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, (descritos com maiores detalhes a seguir), descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.
Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como virtude do indivíduo. Do ponto de vista religioso acredita-se que a prática do bem salva a alma; numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do homem. A caridade (forte herança cultural e religiosa), reforçada pelo ideal, as crenças, os sistemas de valores, e o compromisso com determinadas causas são componentes vitais do engajamento.
Não se deve esquecer, contudo, o potencial transformador que essas atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo.
fonte: "Trabalho Voluntário" - Mónica Corullón

Precisa-se de matéria prima para construir um país - João Ubaldo Ribeiro

Resumo Adaptado do original de João Ubaldo Ribeiro (2008? Ainda atual)

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós.  Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a “ESPERTEZA" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países,  isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde  se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as "EMPRESAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos ...e para eles mesmos. Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem "gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros. Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica. Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis  que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns.
Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.
Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte... Me entristeço.
Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que
nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?  Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....
Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas  possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.     Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito claro... Somos nós os que temos que mudar.  Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.  E você, o que pensa?.... MEDITE!!!!!"
 JOÃO UBALDO RIBEIRO

Pra que serve um relacionamento – Dráusio Varella

Definição mais simples e exata sobre o sentido de mantermos uma relação?
“Uma relação tem que servir para tornar a vida dos dois mais fácil”.
Vou dar continuidade a esta afirmação porque o assunto é bom, e merece ser desenvolvido.
Algumas pessoas mantém relações para se sentirem integradas na sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas, para evitar a solidão, por dinheiro ou por preguiça. Todos fadados à frustração.Uma armadilha.
Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo, enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio, sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada uma pessoa bonita a seu modo.
Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro, quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

CURSO DE ESCUTATÓRIA - Rubem Alves

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.
Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.
Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Filosofia é um monte de ideias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro:
Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito.
É preciso também que haja silêncio dentro da alma.
Daí a dificuldade:
A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...
Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...
E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.
No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala.
Há um longo, longo silêncio.

Vejam a semelhança...
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio...
Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as ideias estranhas.
Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.
Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...
Pensamentos que ele julgava essenciais.
São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza.
Na verdade, não ouvi o que você falou.
Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.
Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
E, assim vai a reunião.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.
E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência...
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.
A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.
Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...
Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

Cometa Halley – Erros de comunicação - desconheço autor


O Eterno Problema de Comunicação nas Empresas
Este hilariante texto é até que razoavelmente antigo, mas, creio eu, jamais ultrapassado: afinal de contas, ainda que a tecnologia avance voraz e velozmente, continuará simplesmente sendo uma ferramentas de comunicação a serviço... das pessoas !

De: Diretor Presidente
Para: Gerente
Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17 hs, o cometa Halley estará nesta área. Trata-se de um evento que ocorre somente a cada 76 anos. Assim, por favor, reúnam os funcionários no pátio da fábrica, todos usando capacete de segurança, quando explicarei o fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo a olho nu - sendo assim, todos deverão dirigir-se ao refeitório, onde será exibido um filme-documentário sobre o cometa Halley.

De: Gerente
Para: Supervisor
Por ordem do Diretor Presidente, na sexta-feira, às 17 hs, o cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica. Se chover, por favor, reúnam os funcionários, todos de capacete de segurança, e os encaminhem ao refeitório, onde o raro fenômeno terá lugar, o que acontece a cada 76 anos a olho nu.

De: Supervisor
Para: Chefe de Produção
A convite do nosso querido Diretor, o cientista Halley, 76 anos, vai aparecer nu no refeitório da fábrica usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre o problema da chuva na segurança. O Diretor levará a demonstração para o pátio da fábrica.

De: Chefe de Produção
Para: Mestre
Na sexta-feira, às 17 hs, o Diretor, pela primeira vez em 76 anos, vai aparecer no refeitório da fábrica para filmar o Halley nu, o cientista famoso e sua equipe. Todo mundo deve estar lá de capacete, pois será apresentado um show sobre a segurança na chuva. O Diretor levará a banda para o pátio da fábrica.

De: Mestre
Para: Funcionário
Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com os seguranças no pátio da fábrica na próxima sexta-feira, às 17 hs, pois o manda-chuva (o Diretor) e o Sr. Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o raro filme "Dançando na Chuva". Caso comece a chover mesmo, é para ir pro refeitório de capacete na mesma hora. O show será lá, o que ocorre a cada 76 anos.

Aviso para Todos

Na sexta-feira, o chefe da Diretoria vai fazer 76 anos, e liberou geral pra festa, às 17 hs no refeitório. Vai estar lá, pago pelo manda-chuva, Bill Halley e Seus Cometas. Todo mundo deve estar nu e de capacete, porque a banda é muito louca e o rock vai rolar solto até no pátio, mesmo com chuva.

Benefícios da escrita – POR QUE TODO MUNDO DEVE ESCREVER – SÍNTESE DE MOTIVOS


Aos 9 anos comecei a escrever meus diários. Participei de livrinho da escola com conto dramático, escrevi poesias, pensamentos... Na adultidade, monografias, tese, cartilhas, apostilas, e finalmente os rascunhos dos primeiros livros. São inúmeras as vantagens de escrever. Para mim, oportunidade evolutiva e interassistencial incomparável. Para o autoconhecimento, imprescindível. Abaixo, alguuns benefícios para estimular as pessoas a escreverem:

1. Ampliação do entendimento das ideias e fatos registrados = Ampliação da lucidez.
2. Exercício de pensamento, reflexão consistente.
3. Registro técnico histórico dos fatos e ideias pessoais – para não esquecer memórias relevantes =a valorização da própria vida.
4. Fixação mnemônica de vivências e aprendizagens.
5. Ampliação do entendimento das ideias e fatos registrados.
6. Organização mental das ideias.
7. Possibilidade de sobrepairamento = conseguir ver a situação de perspectiva diferente.
8. Desabafo.
9. Instrumento de autopesquisa.
10. Exercício de atenção e concentração.
11. Qualificação da autoexpressividade.
12. Aprimoramento das faculdades mentais.
13. Compartilhamento de experiências, valores, e ideias que podem ajudar outras pessoas.

Sugestão de leitura:
Livro: Todo Mundo devia escrever – Georges Picard

Espiritualidade nas empresas - por Gustavo G. Boog*

As palavras de abertura da coleção de livros “Espiritualidade no Trabalho”, da Editora Gente, que Maysa Marin e eu coordenamos, são: “A espiritualidade no trabalho é um movimento amplo e crescente de busca de estados mais elevados de consciência, que estimulem as pessoas, equipes e as organizações a identificar e praticar ações visando tornar a empresa uma cidadã consciente em sua comunidade, região e planeta. A espiritualidade no trabalho tem implicações diretas na relação da empresa com os clientes, visão de resultados, liderança, gerenciamento de pessoas, ecologia, educação, desenvolvimento e bem-estar físico, emocional e espiritual. Com isto se encorajam ações de transformação pessoal em seus relacionamentos e em seu ambiente.”
Quando se menciona a palavra espiritualidade, em geral as pessoas entendem: - Ah, ha, ele está falando de religião!
Esta confusão é bastante comum e leva ao estreitamento do conceito de espiritualidade. Creio que o texto acima é muito mais abrangente a aplicável ao nosso cotidiano.
A matéria de capa da Revista Exame de 23 de janeiro de 2002 trata do tema “Deus ajuda?”, com a pergunta complementar: a espiritualidade está em alta no mundo dos negócios. Será mais um modismo ou vai transformar a vida das empresas?
Eu tenho uma opinião bastante clara que nós estamos em meio a um enorme processo de transformação no mundo empresarial, e que a espiritualidade já tem um papel norteador fundamental neste processo. Nós passamos uma grande parte do “horário nobre” de nossas vidas nas empresas; então, é justo e previsível que busquemos também neste local privilegiado um conjunto de significados para nossas missões de vida. Portanto, respondendo à Exame, este não é um modismo! Como descrito na revista, é louvável e faz parte dos negócios a postura de tantos dirigentes de empresas, que buscam aplicar, cada um à sua maneira, sua espiritualidade no dia-a-dia de seus negócios.
Para se ter uma ideia da abrangência e penetração do tema, se pesquisarmos nos instrumentos de busca da Internet a palavra “espiritualidade”, temos 42.700 citações. No inglês, “spírituality” temos 2.340.000. Quando vamos para “spirituality at work”, encontramos 1980. São números significativos.
A visão mecanicista tradicional fragmenta a nossa vida em segmentos separados: nós trabalhamos de 2ª. a 6ª. , e no sábado ou domingo, vamos à missa, culto ou reunião de orações, segundo a crença de cada um. É como se o mundo dos negócios se separasse do mundo “religioso”. A visão de espiritualidade mescla e integra estes mundos, fazendo do ambiente empresarial um lugar privilegiado onde podemos (e devemos) praticar a espiritualidade. O sentido de fraternidade, tão caro a todas as correntes espirituais, se manifesta sob o nome de “trabalho de equipe” (e até “espírito de equipe”).
A estratégia de negócios pode ser denominada de “nossa missão” e nortear e fornecer significado a todos que trabalham. O lugar de trabalho deixa de ser só um lugar para se ganhar um salário no fim do mês ou para gerar lucros, para ter um sentido ampliado de satisfação. O papel gerencial dos líderes passa a incorporar a dimensão humana: orientar e apoiar o crescimento das pessoas de cada departamento, ajudando-as na realização de seus potenciais individuais. O que antigamente era visto como assunto desligado das empresas, como algo religioso ou até místico, hoje se insere como uma dimensão estratégica das organizações. São as “empresas que aprendem”.
Quando as empresas e as pessoas que nela trabalham têm esta consciência, a consequência é que fluem com muito maior facilidade os fatores mais buscados pelos executivos das empresas: a motivação, o desempenho, o espírito de equipe, a comunicação eficaz, a qualidade, o foco no cliente, o “estar de bem com a vida”. Quando trabalhamos o tema da espiritualidade no trabalho, os benefícios que podem ser esperados são a melhoria da qualidade de vida individual e coletiva, o estímulo à situações de crescimento e desenvolvimento, o incentivo do sentido de parceria, criatividade, cooperação e trabalho em equipe.
Espiritualidade e autoconhecimento são irmãos gêmeos, estimulando ações de transformação pessoal e, consequentemente, de seus ambientes. Na medida em que a empresa desenvolve com maior clareza sua missão e visão, estará revelando as intenções reais, que precisam ter uma dimensão de transcendência, de servir a uma causa maior. Quando as pessoas se conectam à dimensão espiritual de suas tarefas do cotidiano, novos significados surgem. Por exemplo, em qualquer relacionamento, quando olhamos a outra pessoa como um ser em processo de evolução, semelhante a nós, fica muito mais fácil o entendimento.
A enorme velocidade de transformação pela qual estamos passando em todos os aspectos de nossas vidas faz com que toda a segurança que tínhamos no património, no material e no concreto se desvanece, como uma neblina aos primeiros raios do sol. As dimensões do intangível, do invisível e do espiritual começam a se tornar mais presentes, e com isto os processos de transformação começam a fazer sentido e tem seu lugar. Eu começo a “ser humano” e a fazer a diferença, a transformar os “RH’s” e a nossas empresas em humanas quando integramos a mente e o coração, a matéria e o espírito, lembrando que O SER HUMANO É INDIVISÍVEL.
Creio que é oportuno encerrar citando Rudolf Steiner, que em Bremen em 1910, disse:
Temos que erradicar da alma todo medo e terror do que o futuro possa trazer ao homem. Temos que adquirir serenidade em todos os sentimentos e sensações a respeito do futuro. Temos que olhar para frente com absoluta equanimidade para com tudo que possa vir. E temos que pensar somente que tudo o que vier nos será dado por uma direção mundial plena de sabedoria. Isto é parte do que temos de aprender nesta era, a saber: viver em pura confiança. Sem  qualquer segurança na existência;  confiança  na ajuda sempre presente do mundo espiritual.
Em verdade, nada terá valor se a coragem nos faltar. Disciplinemos nossa vontade e busquemos o despertar interior todas as manhãs e todas as noites.
Gustavo G. Boog é colunista do Empregos.com.br e consultor da Boog&Associados

Cuidado com os burros motivados - Roberto Shinyashiki


 A revista Isto é publicou esta entrevista com Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em Administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.  Em "Heróis de Verdade", ele combate a supervalorização das aparências diz que falta ao Brasil competência, e não auto-estima.

 ISTOÉ -- Quem são os heróis de verdade?
 Roberto Shinyashiki -- Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.

 ISTOÉ -- O sr. citaria exemplos?
 Shinyashiki -- Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia. Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito "100% Jardim Irene". É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido,mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

ISTOÉ -- Qual o resultado disso?
Shinyashiki -- Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.

ISTOÉ - Por quê?
Shinyashiki -- O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a autoestima do que a competência. Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

ISTOÉ -- Há um script estabelecido?
 Shinyashiki -- Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um Presidente de multinacional no programa O aprendiz? "Qual é seu defeito?" Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: "Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar". É exatamente o que o Chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder. O vice-presidente de uma das maiores empresas do planeta me disse: "Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir". Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?

ISTOÉ -- Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?
Shinyashiki -- Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

ISTOÉ -- Está sobrando autoestima?
Shinyashiki -- Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha autoestima está baixa. Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a autoestima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem

ISTOÉ -- Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?
Shinyashiki -- Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles  não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: "Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarreia durante um jantar no Palácio de Buckingham". Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarreia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

ISTOÉ -- O conceito muda quando a expectativa não se comprova?
Shinyashiki -- Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

ISTOÉ -- Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?
Shinyashiki -- Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: "Quem decidiu publicar esse livro?" Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.

ISTOÉ - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?
Shinyashiki -- O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso , a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

ISTOÉ -- Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?
Shinyashiki -- A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: Você tem de estar feliz todos os dias. A terceira é: Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo a praia ou ao cinema. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz". Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

Texto: Benefícios da leitura – POR QUE TODO MUNDO DEVE LER – SÍNTESE DE MOTIVOS


1. A ação transformadora da leitura: os exemplos de personalidades, ideias e estórias.
2. Implementação cognitiva – aquisição de conhecimentos e do raciocínio lógico.
3. Expansão da visão de mundo.
4. Ampliação de experiência a partir das vivências e ideias dos textos.
5. Incentiva a reflexão.
6. Desenvolvimento da criticidade e formação de opiniões.
7. Ampliação do dicionário cerebral.
8. Formação de novas sinapses neuroniais.
9. Saúde cerebral.
10. Melhoria da fluência verbal e capacidade argumentativa.
11. Melhoria da capacidade de raciocínio.
12. Desenvolve a criatividade e a imaginação.
13. Autoconhecimento – pelas elaborações dialógicas texto-leitor.
14. Qualificação da escrita pessoal.
15. Sucesso nas provas e concursos no Português.
16. Lazer de qualidade por baixíssimo custo para todas as idades, e xô solidão!
Os famosos 10 direitos que têm os leitores, segundo Pennac: o direito a não ler, o direito a folhear os livros, o direito a não terminar um livro, o direito a reler, o direito a ler qualquer coisa, o direito a emocionar-se ao ler, o direito a ler em qualquer parte, o direito a somente folhear, o direito a ler em voz alta e o direito a guardar silêncio sobre o que leram.
Sugestão de leitura - Ler ou não ler, eis a questão:- http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=10937&cod_canal=34

Outro excelente artigo: Brasileiros têm de entender que estudar não é chato; chato é ser burro - http://www.livrosepessoas.com/2015/10/01/brasileiros-tem-de-entender-que-estudar-nao-e-chato-chato-e-ser-burro/

O Raul e Pena – Max Gheriger

Exemplo de quando pesa mais a Inteligência Emocional do que a Inteligência de Nerds, no mercado de trabalho:

"Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente. Figuras sem um Vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul.
Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho. Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim.
Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase.
Deu no que deu. O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.
No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de 'paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino'. E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo.
Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional. Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos. E quem era o chefe do Pena? O Raul. E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição?
Ninguém na empresa sabia explicar direito.
O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava. Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.
Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa. Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta.
E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta. O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.
Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o Vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul.
E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável... ele entendia de gente. Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos.
E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima:
'Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo'. Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas.
Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio.
Essa era a principal competência dele."
'Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam Grandes.'

domingo, 5 de fevereiro de 2017

PROJETO DE VIDA - ARTIGOS E RECURSOS DIVERSOS

Por ainda estarmos no início do ano, e ainda nem passou o atravancador carnaval, ainda é tempo de refletir e elaborar o planejamento pessoal - do ano, e pra quem ainda não tem, o resto dos anos da vida: O Projeto de Vida.

Importante: Este projeto não é o nome chavão para carreira, ou algum sonho magnífico. Mas sim um plano integral de metas, objetivos e planos de ação detalhados para as diferentes áreas da vida.

E mais, o Projeto de Vida não é rígido, definitivo. Provavelmente vai ser reformulado com o passar do tempo. Afinal, amadurecemos, desenvolvemos novos valores, repriorizamos nossas necessidades... Mas uma coisa é certa: "um plano sem ação é um devaneio, uma ação sem um plano é um pesadelo".

Seguem abaixo artigos pinçados do meu blog http://claressencia.blogspot.com.br/, com pequenas alterações:

TERÇA-FEIRA, 23 DE DEZEMBRO DE 2008
AUTOCONHECIMENTO E PROJETO DE VIDA - GARANTINDO A CONCRETIZAÇÃO DOS VOTOS DE FIM DE ANO

Achei muito interessante um artigo recebido entitulado “Balanço Pessoal”. Vale á pena dar uma lida no site Catho - Balanço pessoal. Motivou-me a escrever este pequeno texto.

Percebo que cada vez mais, as pessoas vêm se voltando ao que chamo de “Projeto de Vida”, e a proposta está ficando cada vez mais especializada e instrumentalizada, com diferentes formas de abordagem. Desde os programas propostos para os gestores e executivos do mundo corporativo, até aqueles propostos para adolescentes. Plano de Vida, Desenvolvimento Pessoal, Planejamento Pessoal, Personal Planning, Programação Existencial são alguns dos nomes encontrados nas diferentes abordagens que tenho estudado.

No mesmo artigo que já mencionei de Dinerges (2007), sobre qualidade de vida, o autor ressalta que não há como obtermos qualidade de vida sem termos metas, além da necessidade de autoconhecimento. Isso tem uma lógica muito assertiva. Afinal, como podemos elaborar nosso Projeto de Vida, sem saber o que nos faz bem. E como saber o que nos faz bem, se não nos conhecemos? Então temos que a etapa No. 1 para nosso Desenvolvimento Pessoal é: Autoconhecimento. E há inúmeras ferramentas para isso - Autopesquisa, testes, psicoterapia, etc. (vide artigo “Autopesquisa como ferramenta de autoconhecimento e autocura).

Uma vez que nos conheçamos, podemos ter certeza do que queremos na vida. Pois frequentemente nos confundimos de que possuir determinado bem ou condição trará a felicidade desejada, o que muitas vezes não acontece, quando o tal objetivo se concretiza. E eis que vale à pena citar Pavani Júnior quando destaca a importância de metas de desenvolvimento intelectual e emocional: . "As pessoas têm se esquecido muito disso. Normalmente, planejam comprar um carro, casar, comprar a casa própria, mas poucos pensam no desenvolvimento intelectual e emocional, e esses são meios fundamentais para se conseguir qualquer coisa".

Então pode-se seguir para a etapa No. 2: a construção do Planejamento Pessoal, considerando multi-interesses - profissional, financeiro, familiar, social, afetivo, saúde e beleza, lazer, espiritual, emocional, etc. Sugiro uma espiada no site Personal Planning

Também acho essencial colocar o Projeto no papel. Alguém já quis brigar comigo por considerar suficiente ter seu projeto na sua cabeça. Eu perguntei a ele se deixaria o engenheiro da construção de sua casa trabalhar com o projeto da mesma somente na cabeça dele, mas afinal, devemos respeitar a forma com que cada um lida com sua vida. Uma coisa é certa: no papel, o projeto toma melhor forma, ganha força, as ações se organizam, não é apenas uma “ideia”, e com isso fica mais fácil de se concretizar.

Enfim, não vejo como viver sem metas e objetivos a serem alcançados. São molas propulsoras da vida. Nunca concordei com Zeca Pagodinho quando canta “Deixa a vida me levar”, principalmente quando testemunhamos tantas vidas “perdidas” ao nosso redor, pelas mais diversas razões, mas a maioria incluindo o fator “falta de objetivos”.

Para concluir, repito a dica final de Pagovani Júnior: Para se descobrir, é preciso experimentar e vivenciar para ver o que acontece. Isto é teática: teoria + prática.

TERÇA-FEIRA, 8 DE JUNHO DE 2010
AUTOCONHECIMENTO E PLANEJAMENTO – REFLETINDO SOBRE A CONCRETIZAÇÃO DOS SONHOS DO ANO NOVO
(...) sempre é bom revermos nosso planejamento. E se este não foi feito pelo leitor, sempre é tempo de planejar, para que seja mais viável a concretização das metas. O momento é sempre propício para repensarmos nossos valores e objetivos.

Percebe-se que cada vez mais, as pessoas vêm se voltando ao que chamo de “Projeto de Vida”. A proposta está ficando cada vez mais especializada e instrumentalizada, com diferentes formas de abordagem. Desde os programas propostos para os gestores e executivos do mundo corporativo, até aqueles específicos para adolescentes. Plano de Vida, Desenvolvimento Pessoal, Planejamento Pessoal, Personal Planning, Programação Existencial são alguns dos nomes encontrados nas diferentes abordagens disponíveis em artigos, cursos, livros e sítios da internet.
(...)

Sugestões de leituras complementares:
3. Equilíbrio, metas e segurança. Assim se formam os executivos de sucesso: http://claressencia.blogspot.com/2009/03/equilibrio-metas-e-seguranca-assim-se.html
4. Agende seu planejamento pessoal para 2010: http://www.administradores.com.br/artigos/agende_seu_planejamento_pessoal_para_2010/36902/

SEXTA-FEIRA, 6 DE NOVEMBRO DE 2009
Ainda sobre Projeto de Vida

Li mais um artigo sobre Projeto de Vida. É interessante ver este tema ser abordado dos mais variados prismas. Das religiões reencarnacionistas até o famoso Coaching - que vem sendo empregado para gerentes de alto desempenho nas empresas. De programas pedagógicos nas escolas públicas, à exemplo do CETEB na Bahia, às palestras magnas de Congressos Internacionais. Não há dúvidas quanto à importância deste tema, sobre o qual eu poderia escrever várias páginas. Mas vou me limitar a pequeno comentário na minha própria experiência: desde a adolescência que elaboro objetivos e metas de vida, de acordo com os desejos, necessidades, sonhos. Mas quando elaborei meu projeto de vida, sob o prisma conscienciológico (multiserialidade, muldimensionalidade, bioenergias), considerando-me uma consciência em contínua evolução, minha vida ganhou todo um novo sentido.

Foi mais fácil fazer escolhas, organizar-me melhor, ter experiências de vida de maior qualidade, ampliar a assistencialidade a outras pessoas, e assim encontrei mais satisfação pessoal. Ainda há muitos desafios, objetivos a serem atingidos, dificuldades - e imaturidades, a serem superadas. E rever periodicamente meu projeto, devidamente registrado no papel, que atualizo todos os meses e insiro em minha agenda pessoal, me motiva a prosseguir diante das dificuldades e mantém meu entusiasmo, entre tantas razões para viver - e viver bem - ou da melhor forma possível. Dicas para os objetivos: autoconhecimento; saber diferenciar desejos de necessidades; e usar nossa inteligência evolutiva.

Para aqueles que possam questionar o prisma da consciência em evolução, só posso replicar com a frase "tenha suas próprias experiências". Para mim, se acaso eu fosse apenas "virar pó" depois desta vida, ainda assim valeu ter encontrado um paradigma que tornou minha vida maior e melhor ;-). Afinal, cabe a cada um encontrar seu caminho.
(...)


SEGUNDA-FEIRA, 2 DE JANEIRO DE 2012
2012 - Mais um Ano Novo

Muitos rejeitam as “receitas de bolo”. Muitos chamam pejorativamente “autoajuda”. Mas é fato: os bolos crescem quando seguimos a receita – raramente dá certo misturar tudo na panela. Outro fato: a única ajuda garantida, é a que podemos fazer por nós mesmos.

Já escrevi várias mensagens sobre autopesquisa, projeto de vida, autoconhecimento... Desta vez, resolvi escrever uma receita rápida, do bolo mais gostoso que consegui fazer até agora, para mim mesma. Tenho certeza que a receita ainda vai melhorar – espero melhora-la a cada ano, até o final da minha existência, olhando para trás para ver o que evoluí.

Então, segue pequena receita do bolo que costumo fazer a cada virada de ano:

  • î Fazer balanço existencial – o que foi bom, o que aprendi, o que faltei, no que me omiti;
  • î Rever o planejamento do projeto de vida – o que ainda é válido, o que preciso acrescentar – curto, médio e longo prazo;
  • î Rever o que preciso melhorar, as metas e objetivos para isso;
  • î Incluir os tópicos do projeto de vida: Completismo existencial, Família, Parapsiquismo, Assistencialidade, Dupla Evolutiva, Reciclagens intraconscienciais, Intelectualidade, Saúde e conforto, e concretizar os respectivos objetivos;
  • î Focar a autopesquisa, o voluntariado na Conscienciologia e a interassistencialidade;
  • î Por tudo no papel – uso de planilhas e agendas.
  • î Mobilizar as energias – EV, para dominar as energias;
  • î Desenvolver disciplina.


Este ano, meus votos a todos é para que todos façam muitas realizações evolutivas, com saúde física e consciencial, regadas a serenidade e alegria.


TERÇA-FEIRA, 30 DE NOVEMBRO DE 2010
Reflexões sobre Autoconhecimento e Projeto de Vida

A natureza humana é intrigante. Se por um lado não nos satisfazemos com determinada condição de vida, por outro nos acomodamos, sem buscarmos superar as dificuldades, sem buscarmos melhorar efetivamente. Às vezes, existe um ganho secundário, que nos mantém presos à condição envenenadora de nossa alma. Por exemplo, detestar o trabalho que fazemos, ou o ambiente de trabalho e nos submetermos às condições impostas, por conta da estabilidade do emprego, ou do salário.

Há caminhos para o bem-estar que almejamos. Pode ser desapegar-se dos ganhos secundários e partir para novos desafios, ou buscar adaptações, novas rotinas, ver de outras perspectivas as situações incômodas… Eis a motivação para a autopesquisa, os balanços existenciais, os projetos de vida, questões prioritárias tantas vezes deixadas de lado, em nome das “urgências” do dia-a-dia.

Todas as conquistas requerem trabalho, esforço, dedicação. Realização pessoal requer tudo isso e mais! Portanto, não há como alcançarmos a verdadeira felicidade e serenidade se não investirmos em nossa evolução pessoal, a partir de um profundo autoconhecimento, autoaceitação e planejamento de vida. Isso requer priorização e auto-organização pessoal, numa construção consciente dia após dia.

Estes são também objetivos essenciais da Conscienciologia, que orienta e ajuda de forma científica, com método, neste processo de autodesenvolvimento. O paradigma consciencial considera-nos como seres em permanente evolução – somos consciências (alma, espírito, self, ego) únicas. A consciência vive múltiplas vidas em sua jornada evolutiva – uma única vida não é suficiente para o alcance da serenidade – meta maior das consciências em evolução neste planeta.

Os experimentos conscienciológicos possibilitam observar que a consciência se manifesta a partir de diferentes veículos – o conhecido soma (corpo físico), energossoma (energético), psicossoma (emocional) e mentalsoma (mental), de forma que podemos atuar em múltiplas dimensões. Portanto, é necessário estarmos atentos a diferentes dimensões da nossa existência – não apenas as somáticas/materiais. Tanto é que existem muitas pessoas que estão bem somaticamente, mas infelizes, insatisfeitas, angustiadas, muitas vezes sem nem saber por quê.

Uma vez considerado o paradigma consciencial, a urgência de investimentos no autoconhecimento e no cumprimento de nossa programação existencial (missão de vida), para garantir nosso desenvolvimento consciencial, torna-se ainda mais premente. Não devemos olvidar que vivemos inter-relações pessoais, sendo essencial contribuirmos mutuamente na evolução uns dos outros, vivenciando a assistencialidade.

Contudo, o simples fato de estarmos vivos demanda a busca pela felicidade. Mas como saber o que nos faz felizes se não nos conhecermos? Como ser felizes sem colaborarmos para a felicidade dos demais? Como alcançar nossos objetivos sem discernimento de nossas possibilidades e sem planejamento? Harambee!1

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1Harambee significa “trabalhando juntos por um propósito comum” na língua swahili do Quênia.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Autoestima - bom texto de Helena ferreira

Recebi este texto hoje. Está na onda dos spans de várias redes sociais.
Não é questão de egocentrismo, é necessário cuidado para não confundir, não levar ao extremo, e, acima de tudo, achar-se além das relações pessoais. Mas sim, ter verdadeira e saudável autoestima. Amor por si. Não estou certa quanto a autoria.

"Não te ensinam a se apaixonar por você
Não te mostram o quanto é importante estar em paz.
Mas querem que você doe amor puro
Querem que você seja o porto seguro de alguém
A salvação perfeita
A chave que abre a porta e faz com que todo medo vá embora.
Mas esquecem de te ensinar a lutar contra seus próprios medos
Esquecem de te avisar que você é o seu próprio demônio
Você é o monstro dentro do armário
Você é sua perdição.
Eles te fazem deitar num quarto escuro e esperar que o príncipe chegue e acenda as luzes
Quando você é sua própria luz
Pena que você não sabe disso
Pena que talvez você morra sem saber.
Queria ler um romance sobre eu e eu
Queria ouvir uma canção sobre a magia que é acordar comigo todos os dias
E de como eu sou adorável
Engraçada e inteligente.
Ao contrário disso
Eu me deparo com revistas e clipes onde estar acima ou abaixo do peso me faz descartável
(...)
Você cresce pra ser o amor da vida de alguém
Você cresce esperando encontrar um amor que faça a sua vida valer a pena.
Quando na verdade, o amor está diante do espelho
Todos os dias se esforçando
Lutando pra viver mais um dia
Te salvando de armadilhas
Escovando seus dentes
Te fazendo caminhar e cantar no chuveiro.
O amor está nas palavras que escrevo agora
O amor está nas pontas dos meus dedos
Esperando por uma chance
Uma oportunidade de me abraçar
E ser suficiente pra mim
Me fazer enxergar que eu posso girar o mundo
Mas nunca vou encontrar luz mais brilhante
Mais confortável ou admirável.
O amor sou eu mesma
Esperando por mim
Esperando pelo perdão
Esperando pela aceitação
Esperando que eu acorde e me enxergue
Me apaixone por quem sou
Me adore e seja totalmente suficiente.
A salvação sempre foi e sempre vai ser a minha própria alma
Paz nunca teve nada a ver com ser ou ter alguém importante
Paz é respirar fundo e saber que eu sou alguém completo
Que precisa transbordar
E não completar ninguém".

-Helena Ferreira