domingo, 13 de agosto de 2017

AUTOPESQUISA: Condição essencial pra o desenvolvimento da inteligência Emocional

Fonte: curso EAD do Governo de Pernambuco - Clara Emilie Boeckmann Vieira

Selecionei trechos essenciais para os interessados começarem e ampliarem os investimentos pessoais na autopesquisa. Deixei a formatação original com numeração desorganizada, propositalmente, para lembrar que é um material retirado da Apostila original do curso.

(...)
A autopesquisa é uma metodologia conscienciológica. É o estudo de si mesmo, onde pesquisador é, simultaneamente, o investigador e o objeto de pesquisa analisado. Os primeiros passos são a identificação dos traços pessoais. Visando as autossuperações, é interessante identificar os traços mais marcantes e que mais incomodam (ex. timidez, rancor, carência, ansiedade, raiva). O entendimento do “problema” é essencial para a busca da autossuperação. Por isso precisamos estudá-lo sistematicamente, com metodologia científica.
Qual a sua maior dificuldade pessoal? Quais características pessoais mais atrapalham a sua vida?
              Para realizar a autopesquisa, em primeiro lugar está o pré-requisito da vontade, da perseverança, da dedicação. Fazer investimentos pessoais, reservando tempo pessoal para isso. Há cursos e livros específicos que orientam a autopesquisa para o autoconhecimento. Este curso se propõe a apresentar algumas técnicas.
Reserve um tempo para estabelecer uma rotina de autopesquisa periodicamente. Pode ser diária ou semanal. Neste último caso, dedique-se à atenção dos pensamentos, sentimentos e comportamentos no seu cotidiano. Faça anotações para não esquecer o que for importante. Isto é fundamental à consolidação da autopercepção, da consciência de si mesmo. Além de liberar espaço mental para coisas mais importantes. Não há autopesquisa sem registros, do mesmo modo que não há qualquer pesquisa científica sem anotações exaustivas pelo pesquisador.
 Apresentamos abaixo alguns aspectos complementares importantes para o desenvolvimento da Inteligência Emocional. Para cada item, faça uma reflexão por escrito dos questionamentos apresentados. São pontos importantes para o primeiro e mais importante atributo da Inteligência Emocional: o autoconhecimento.
Influência da mesologia: tudo o que compôs a nossa formação. A genética pessoal, o ambiente onde crescemos, a família e demais pessoas que participaram do nosso desenvolvimento e a cultura do local são alguns exemplos.
Qual a carga da genética familiar em sua personalidade e comportamentos?
Quais as experiências de infância e adolescência que ainda comprometem a sua manifestação hoje? Há algum trauma que ainda lhe abale emocionalmente?
Qual a influência da cultura do local em que você nasceu e cresceu em seus valores atuais?
Ainda mantêm regras e crenças ultrapassadas, que não condizem mais com o seu mundo de hoje?

Considerar as várias dimensões do Ser: físico, emocional, intelectual, espiritual. Não é fácil manter inteligência emocional se o corpo físico está doente. Por exemplo, se temos dor, fica difícil sentar e se concentrar para a autopesquisa, manter a calma ou a motivação. O desenvolvimento intelectual também é fundamental, pois a ampliação dos conhecimentos amplia nossa capacidade de entendimento das coisas e contribui para o autodiscernimento. Espiritualidade aqui, não deve ser confundida com religião. A inteligência emocional pressupõe total autorresponsabilização por si, sem terceirizar nenhuma conquista... e E sem culpar qualquer “força” externa.
Como você cuida da sua saúde física? Faz exercícios regularmente? Faz os checkups anuais? Tem alimentação saudável? Horas de sono suficientes?
Como você desenvolve a sua intelectualidade? Quantos livros de bom nível, sem ser literatice, você leu, no último ano? Que outros lugares você já conheceu? Quanto sabe sobre a história da humanidade?
Com relação à espiritualidade, você ainda espera que terceiros ou forças ocultas resolvam seus problemas?

Identificação de valores: os valores pessoais norteiam nossas escolhas e decisões na vida. É componente básico do autoconhecimento. Mais adiante aprofundaremos a identificação dos valores pessoais.
Qual o seu valor pessoal mais significativo? Com base em qual valor você norteia sua vida e suas escolhas? Há algum valor especial ou você tem como propósito de vida meramente prazeres hedonísticos de vida boa?

Identificação das prioridades: as prioridades decorrem de nossos traços, valores e necessidades. A clareza delas determina o que fazemos com nosso tempo e as conquistas que serão realizadas.
Você tem clareza das suas prioridades na vida? Quais os seus objetivos prioritários? Com o que você ocupa mais o seu tempo?

Auto-organização: este é um atributo fundamental ao desenvolvimento da inteligência emocional e para o alcance das metas traçadas para a nossa vida.
Quais os seus métodos de organização das suas coisas e do seu tempo?
A sua casa, os seus armários, os seus documentos estão bem organizados?
Você acumula muitos objetos que não usa há mais de um ano? Qual a periodicidade de sua faxina? Doa as coisas que não utiliza mais?

Interassistencialidade: significa nos ajudarmos mutuamente. Não podemos pensar somente no nosso próprio umbigo. Precisamos contribuir para uma sociedade mais justa. Ajudar outras pessoas em tudo que estiver ao nosso alcance. Isto é atitude de cidadania e também uma ação que nos desenvolve a espiritualidade. Não tenha dúvidas de que, fazendo assim, a primeira beneficiada é a própria pessoa que oferta assistência. Por isso penso que a palavra interassistência é mais adequada que “fazer assistência”.
Você presta algum tipo de ajuda a outras pessoas regularmente? Como trata os outros no dia a dia? Está sempre disponível para ajudar? Tem alguma atividade de voluntariado em instituições sem fins de lucro?

Evitações: autocorrupções, autoculpas, ressentimentos. Este trio é, frequentemente, o sabotador de nós mesmos. A autocorrupção é quando fazemos algo que sabemos ser nocivo a nós mesmos ou aos outros. Erramos conscientemente. Um exemplo de autocorrupção clássica é a do pneumologista fumante. Hoje todos sabem o mal que é o cigarro, de maneira que fumar é atentar contra a própria vida. No entanto, existem várias outras modalidades de autocorrupções, mais sutis.
A culpa também é algo que mina nossa Inteligência Emocional. Culpar-se não resolve o erro. Procure ver o que pode fazer para corrigir ou compensar. E se não pode fazer mais nada, cuide apenas para não errar novamente e seguir com a vida sem autoculpas ou autopunições. O mesmo vale para os ressentimentos, venenos que destroem o equilíbrio pessoal. O perdão é crucial para a saúde mental e emocional.

Depois de assistir ao vídeo, responda as perguntas abaixo, em seu caderno de autopesquisador, analógico ou virtual.
Vídeo: Mantenha a forma
https://www.youtube.com/watch?v=FMDJxXQpjxk&list=PLgzt6nsaX0xKu1N0ZpvygZ6e48BJWSTa9&index=14

Com este vídeo podemos refletir sobre dois pontos mais relevantes, entre outros: o primeiro, o reconhecimento do quanto é difícil investirmos na saúde, seja ela física, mental ou emocional. Desapegar de velhos hábitos nocivos. E se as pessoas resistem aos cuidados do que é mais visível, ou seja, do corpo físico, imagine aquilo que é mais escondido, dentro da intraconsciencialidade? Outro ponto, que é fato: o descuido, os velhos hábitos, podem ser fatais para o corpo, ou para a alma.


Quais as suas autocorrupções mais crassas? Quais as mais sutis? Quais comprometem a sua saúde física, mental, emocional, espiritual?
Você ainda guarda culpas e ressentimentos? Por quem? Por quais motivos? Para quê?

Ajuda profissional: Alguns traumas e características de temperamento mais recalcitrantes são mais difíceis de serem superados somente pelo esforço pessoal. Às vezes, é necessária ajuda profissional, um terapeuta holístico ou um Coach podem ajudar, mas a depender da gravidade da questão, pode ser necessário um psicólogo ou mesmo um psiquiatra. Há inúmeras alternativas, nas quais cada um pode buscar a cura naquilo com o que se identifica. Já se sabe, por exemplo, da medicina quântica, que investiga memórias profundas (celulares) em níveis de DNA – memórias que levam a comportamentos externos recorrentes, difíceis de modular. A ciência, hoje, nos oferta esta possibilidade: de ficar cara a cara com registros antigos, às vezes arcaicos, que nos levam a crenças limitantes e condicionamentos. Temos a chance de trazer para a consciência a gênese de certos condicionamentos destrutivos que, às vezes, remontam à vida intra-uterina ou mesmo pré-conceptiva (Accioly, comunicação pessoal). Indicação de livro: “A Biologia da Crença Bruce Lipton.” 
Você já experimentou alguma psicoterapia ou terapia alternativa? Funcionou? Por que funcionou? Ainda precisa de ajuda?


(...)

6.     AUTOPESQUISA – APROFUNDAMENTO
Considerando que o Autoconhecimento é o atributo mais importante da Inteligência Emocional, vamos aprofundar o tema da autopesquisa, maneira mais eficiente de promover este atributo. Comece a pensar naquele traço fardo mais emergencial a ser superado. Aquele que mais atrapalha sua vida, hoje. Você não precisa continuar com este traço. Não espere ir ao “fundo do poço”, cansar de si mesmo, para querer mudar.
Infelizmente há pessoas que até gostam de certos traços negativos pessoais. Há pessoas que chegam a se orgulhar de dizer que possuem certo traço fardo, por exemplo, o perfeccionismo ou a ingenuidade. Nestes casos, falta maior entendimento do traço, percepção, realismo. Reconhecer a necessidade de mudança é o primeiro passo para poder então superar os traços imaturos.
Alguns casos requerem ajuda profissional, um psicólogo ou, em caso de disfunção fisiológica, um psiquiatra. Não há nada de errado em buscar ajuda. Ao contrário, demonstra bom nível de discernimento, abertismo para reconhecer as necessidades íntimas reais e força de vontade para empreender a autoevolução.

(...)

1.1.   Objetivos da autopesquisa
Segundo a Conscienciologia, no processo de autopesquisa, o pesquisador desnuda-se para si e examina suas estruturas. Olha-se de frente, encontra o que lhe agrada, desagrada, funciona e atrapalha, para depois mudar. O objetivo maior é o autodesenvolvimento, desenvolver e fortalecer talentos e competências, superar traços fardos, vencer os mitos e crenças limitantes, evoluir.
Peter Drucker, em Desafios Gerenciais para o Século XXI (2001), afirma:
"Gerenciar a si mesmo" significa colocar-se onde você possa fazer sua maior contribuição à sociedade; aprender a se desenvolver constantemente, mantendo-se mentalmente ativo; e aprender como e quando mudar.

1.2.   Autopesquisologia
O conhecimento ordenado combate a ignorância, a mediocridade e a irracionalidade humana. Este é o papel da ciência. Os seguintes tópicos definem a Autopesquisologia, uma proposta científica, Especialidade da Conscienciologia, trazida aqui para ampliar nossa metodologia de desenvolvimento da inteligência emocional:
·       Ciência aplicada.
·       Emprego de instrumentos pesquisísticos.
·       Ciência do autoconhecimento.
·       Essência do Paradigma Consciencial (Conscienciologia).
·       Reeducação pessoal.
·       Autoenfrentamento investigativo.
O Princípio da Descrença alia-se à proposta científica de ser e de viver, condizente com a Inteligência Emocional e  trago este importante princípio para reflexão:
 “Não acredite em nada. Experimente. Tenha suas experiências pessoais”

Este princípio também desafia o leitor que queira verdadeiramente desenvolver Inteligência Emocional a experimentar todos os métodos e referências bibliográficas. Não desanime! Quanto maior o autoinvestimento, tanto maior são os resultados. Temos uma vida inteira para evoluir!

1.3.   Metodologia Científica – Aspectos para a Autopesquisa
Se a ciência é capaz de se dedicar a focos tão específicos e diferenciados, propomos aqui tratarmos a nós mesmos com igual seriedade e dedicação científicas. Isto é, com cientificidade. Eis alguns atributos qualificadores da autocientificidade (Kauaki, 2014). Aproveite para se pontuar, em cada um destes indicadores. Se precisar, vale novamente a dica do uso do dicionário. De 0 a 10, qual a sua nota para os atributos elencados na tabela abaixo:
Teste da autocientificidade pesquisística
Atributos da Autocientificidade
Nota pessoal (0 a 10)
01. Abertismo

02. Antidogmatismo

03. Autocriticidade

04. Autodidatismo

05. Autodiscernimento

06. Bibliofilia

07. Cientificidade

08. Descrencialidade

09. Intelectualidade

10. Logicidade

11. Neofilia

12. Ser sempre questionador (a)

13. Racionalidade

14. Tecnicidade


Assim, a autopesquisa consciencial assemelha-se à metodologia científica. Os itens abaixo detalham aspectos da autopesquisa, que coincidem com a abordagem científica tradicional:
·       Foco: escolher o tema
·       Sistematização – visão sistêmica, organização panorâmica
·       Definições (objetivos, justificativas, palavras-chave, tema)
·       Método – uso e desenvolvimento de técnicas
·       Levantamento de hipóteses
·       Estudo
·       Análise e reflexão
·       Testes
·       Repetição / Ciclos
·       Conclusões após trabalho exaustivo
·       Referências bibliográficas

O ponto em que a autopesquisa se distancia da ciência convencional é o aspecto no qual o pesquisador coloca-se, ao mesmo tempo, como observador e como observado. Entretanto, não há pesquisador mais apto a pesquisar nossa intraconsciencialidade do que nós mesmos. Nem mesmo o melhor dos profissionais. Todas as informações ao nosso respeito estão dentro de nós. E somos nós as pessoas mais interessadas em nossa própria evolução.
Ressaltamos a importância da escrita. Você conhece algum pesquisador que não escreve? E a autopesquisa trata de nosso maior bem: nós mesmos. Por isso reforçamos a importância da escrita

(...)

A autopesquisa começa por questionamentos, interesse, curiosidade, sede de saber, vontade de superar-se. Vontade e autorganização são fundamentais.
O Autoconhecimento é a condição de conhecer a si mesmo de modo integral com consequente ampliação e discernimento da autoconsciencialidade. Isso implica o uso de lucidez, autocrítica, autopercepção. As leituras atentas com grifos, marcações, resumos, anotações e digitações no computador pessoal ou em papel formam o caderno do autopesquisador e constituem manifestações inteligentes na autopesquisa.
(...)

Seguem-se exercícios:

(...)

1.1.   Roteiro para Autopesquisa
Uma vez identificado o objetivo de superação, um traço negativo que você queira eliminar, ou um traço positivo que você gostaria de desenvolver, as seguintes etapas podem ser desenvolvidas:
·   Definir o problema: buscar em diferentes dicionários e artigos a definição do traço fardo a superar ou traço força faltante a desenvolver.
·   Estudar este traço, em diferentes fontes bibliográficas e filmográficas.
·   Fazer uma definição pessoal do traço aplicado a você.
·   Elaborar uma justificativa para esta autopesquisa. Por que? Para quê?
·   Definir um objetivo, meta de autopesquisa. O que você quer? Quanto?
·   Fazer um levantamento dos fatos que evidenciam seu problema.
·   Levantar hipóteses que podem ser a causa do problema.
·   Elaborar um plano de ação de autopesquisa.
·   Desenvolver disciplina para prosseguir com a autopesquisa com uso de agenda semana.
·   Testar e usar ferramentas, técnicas.
·   Periodicamente, fazer um balanço e relatório da autopesquisa.
·   Quando alcançar o objetivo, escrever um artigo que possa ser útil a outras pessoas com o mesmo problema que você.

Alternativamente, Kauati (2014) apresenta o processo de autopesquisa em cinco passos:
1. Definição do problema.
2. Revisão bibliográfica sobre o tema.
3. Coleta de dados – autoinvestigação.
4. Experimentos.
5. Análise dos resultados
Mais adiante, no estudo de caso que trouxemos para este curso, o leitor terá oportunidade de vivenciar roteiro de autopesquisa com a Folha de Autopesquisa. Também no capítulo a seguir, a Autoconsciencioterapia expande um roteiro especializado para a autopesquisa. Para agora, propomos que você reflita para identificar que traços precisa superar ou desenvolver, para poder aplicar o roteiro acima. Vamos agora a um exercício prático.
Prática: Identificação de três principais traços a superar / problemas a resolver.

Você compreende que o nível de incômodo dos problemas depende de como você os enfrenta?

1.2.   Qualificação da Autopesquisa
A seguir, sintetizamos algumas orientações para otimizar o processo de autopesquisa:
  • Anotações: registros pessoais
·       Autocrítica: o auto-exame racional e ponderado (autodiscernimento)
  • Detalhismo: as autoanálises detalhadas e minuciosas
  • Experimentar: testar diferentes técnicas, aprender com o exemplo de outras pessoas
  • Incorruptibilidade: a probidade nas auto-avaliações e autoanálises. Evitar os autoenganos
  • Intencionalidade: o sincero desejo de autoconhecimento e autossuperação
  • Introspecção: o recolhimento íntimo, a câmara de reflexão
  • Emocionalismo: isenção de emoções na análise das vivências

Maturidade: Evitar falsas expectativas e mudanças drásticas.

1.3.   Autoconsciencioterapia
A autoconsciencioterapia (Takimoto, 2006) é proposta pela Organização Internacional de Consciencioterapia - OIC e inclui as seguintes fases apresentadas no mapa mental: 
1.     Autoinvestigação – auto-observar-se, com autocrítica.
2.     Autodiagnóstico – é o diagnóstico sobre si, com máxima sinceridade e reflexão.
3.     Autoenfrentamento – Requer coragem, assumir dificuldades, com ações renovadoras. Fazer autoprescrições, desenvolver estratégias pessoais e realizar o acompanhamento, a avaliação da autopesquisa, até a superação.
4.     Autossuperação – superação de traços fardos, pensamentos e sentimentos negativos, dificuldades e/ou imaturidades; satisfação íntima.

Técnicas para a Autoconsciencioterapia

            Cada fase da autoconsciencioterapia requer técnicas específicas e dedicação por parte do pesquisador realmente interessado na autocura. Seguem alguns exemplos por fase autoconsciencioterápica:

1. Autoinvestigação

  • As técnicas da linha do tempo, autobiografia e balanço existencial já apresentadas.
  • Técnica do Diário: Anotar regularmente, em caderno próprio ou computador pessoal, reflexões e acontecimentos cotidianos, insights, com reflexão crítica.
  • A técnica do “Diário de Bordo” já indicada em nossos primeiros capítulos.

2. Autodiagnóstico
  • As perguntas são as respostas – promover autoquestionamentos reflexivos que tragam insights.

  • Reflexão – dedicar de uma a cinco horas ininterruptas acerca de um tema que queira desenvolver maior compreensão, tomar decisão, aprimorar etc. Garantir não ter interrupção durante a prática da reflexão.
  • Dicionários – Uma vez identificado um traço pessoal, consulte as definições em diferentes dicionários para checar se corresponde ao traço em questão.
  • Técnica da síntese dos registros – Registre diariamente os principais fatos de seu cotidiano, aprendizagens, insights, pensamentos e sentimentos mais importantes. No máximo a cada dois dias. Após um período de anotações pessoais, por exemplo 10 dias, releia seus registros. Qual a síntese dos principais acontecimentos e aprendizagens? Que traços pessoais trouxeram os maiores problemas? Que traços trouxeram as experiências mais agradáveis? Quais os valores envolvidos? Quais os encaminhamentos a partir desta análise? Alguma mudança?

3. Autoenfrentamento

  • Técnica das Ações pelas pequenas coisas – fragmentar em pequenas ações a solução para superação de um problema maior. Um passo de cada vez. Exemplo: aprender a gostar de ler. Pequeno passo: começar com leituras simples – gibis, revistas de temas de que goste, que interessem. Ler por alguns minutos. O próximo pequeno passo pode ser ler um livro de contos de tema ou autor de que goste. Amplia-se gradativamente o tempo da leitura. Ir assim avançando, ampliando as metas, até incorporar o hábito.

  • Técnica da Qualificação da Intenção (Vieira, 2014) – Sempre questionar-se por que? Para quê? Para quem? Por exemplo: “Qual a minha real intenção com esta ação?”; “Por que vou fazer isso?”; “Preciso mesmo fazer isso?”; “Isso prejudica outras pessoas?”.

  • Técnica de Mais um Ano de Vida (Vieira, 1994) – Replanejar a vida como se só fosse ter apenas mais um ano de vida de forma evolutiva, considerando que apenas o corpo físico morre. Busca-se ampliar a tolerância, fazer as reconciliações pendentes, libertar-se de ressentimentos e priorizar o mais essencial.
 Dicas genéricas para o autoenfrentamento:
·       Abrir mão das imaturidades/infantilidades (despojamento)
·       Aproveitar as oportunidades – o “bonde” passa.
·       Assumir os traços fortes (coerência).
·       Bancar novas responsabilidades.
·       Banir as inutilidades (priorizações) – ainda vendo novelas, mais de 1 hora/dia?
·       Buscar novas companhias evoluídas.
·       Comandar a própria vida (autossustentabilidade).
·       Eliminar as autocorrupções (cosmoética).
·       Sair de cima do muro (posicionamento), decidir, agir.


4. Autossuperação

(...)

1.1.   Exemplo de Autopesquisa - Estudo de Caso (artigo)

 

Este capítulo foi idealizado para você experimentar um roteiro e iniciar a autopesquisa para superação de um traço fardo, ou desenvolver, de maneira prática, um traço positivo que você gostaria de ter. Apresento experiência pessoal para a superação do traço fardo que muito me atrapalhava, anos atrás: a ansiedade. O artigo que trouxemos para estudo de caso, faz uma síntese do processo de autopesquisa desta autora. O artigo completo está disponível na Revista Conscientia (Vieira, 2015), caso interesse o aprofundamento. As inserções em vermelho apontam as etapas de autopesquisa, para adaptação à sua autopesquisa, leitor ou leitora, na busca por desenvolver a Inteligência Emocional. Estas etapas são as seguintes


1 – Pesquisar sobre o traço
2 – Elencar definições existentes do traço e formular definição pessoal
3 – Elaborar objetivos e justificativas da autopesquisa
4 – Levantar fatos que evidenciam o problema na vida pessoal
5 – Levantar hipóteses que expliquem o problema
6 – Elaborar plano de ação com lista de atividades e prazos
7 – Desenvolver e experimentar métodos e técnicas de autoenfrentamento e autossuperação
8 – Analisar os resultados e a consolidação de aprendizagens
9 – Fixar as reciclagens e fazer encaminhamentos.

 

Atenção: este é o terceiro exemplo de roteiro! Cada um precisa ver o que é melhor pra si, e até inventar o seu roteiro pessoal:

 

Acompanhe a síntese do meu processo de autopesquisa para superação da ansiedade. Atenção: uso do dicinionário recomendado. E para contextualizar a minha experiência, assista o vídeo do desorganizado. Tem semelhanças reais J.

Vídeo - O Desorganizado https://www.youtube.com/watch?v=PMoINjIgE3o&list=PLgzt6nsaX0xKu1N0ZpvygZ6e48BJWSTa9&index=12

AUTOPESQUISA: FERRAMENTA DE SUPERAÇÃO DA ANSIEDADE -síntese

Senti necessidade de escrever um artigo sintético para disponibilizar em meu blog e com linguagem acessível, em resumo à monografia conscienciológica apresentada à INTERCAMPI. A monografia foi fruto de mais de um ano de autopesquisa acerca do tema ansiedade, ajudando-me em meu autoconhecimento e na identificação das ferramentas Priorização e Auto-organização como essenciais à autossuperação e à autocura personalíssimas. Quem sabe o registro de minhas experiências e reflexões podem ser úteis àqueles com dificuldades semelhantes... caso consigam ler este artigo com sua ansiedade em níveis permissíveis a uma autocrítica consciente ;-). O texto foi revisado por colegas do voluntariado.

A ansiedade é um
traço fardo que acompanha milhões de pessoas, comprometendo seu bem-estar e seu processo evolutivo de diferentes formas. (1 – pesquisa sobre o traço) A despeito de várias definições, para mim, a ansiedade pode ser definida como um sentimento de perturbação, ânsia, insatisfação, incompletude e/ou angústia, que impede minha serenidade, e que me motiva a estar sempre em busca de alguma coisa que me traga satisfação íntima. (2 – definição e definição pessoal) A autopesquisa foi desenvolvida na intenção de identificar as causas, entender meu processo de ansiedade e atingir a autossuperação deste sintoma. (3 – Objetivos e Justificativas)
No início da autopesquisa, não foi difícil identificar os fatos denunciadores de meus traços fardos como: ansiedade constante; tendência a ser workaholic; sempre em cima da hora ou atrasada para os compromissos; angústia com medo de estar perdendo tempo; intolerância a momentos de espera em filas, consultórios; multiplicidade de interesses; agenda sempre lotada; dificuldade em fazer escolhas e priorizar; taquipsiquismo; eventuais melancolias; comportamento controlador, entre outros. (4 – Levantamento dos fatos que evidenciam o problema)
No processo de reeducação, foram utilizadas técnicas consciencioterápicas, a elaboração de um Plano de Ação e o desenvolvimento da disciplina pessoal. Levantei algumas hipóteses para explicar a problemática e recomenda-se que qualquer pessoa "ansiosa" acabe fazendo o mesmo. Por exemplo: (5 –Levantamento de hipóteses que expliquem o problema)
1.   Fazer o máximo de coisas para compensar a baixa autoconfiança: “quanto mais eu fizer/construir, mais significante posso ser” – necessidade de sentir-me produtiva e útil.
2.    Não ter tempo para enxergar a mim mesma – fuga de si.
3.   Não dar espaço/tempo para enxergar minhas insatisfações – fuga de si.
4.   Não ter tempo para maior convivialidade/contatos sociais com grupocarma – fuga de si.
5.   Evitar assumir responsabilidades de maior comprometimento – fuga de si.
6.   Preenchimento de “vazio existencial”.

Lista. Pode ser útil enumerar as principais ferramentas utilizadas e ações realizadas:
(6 e 7 – Plano de ação e desenvolvimento e experimentação de métodos e técnicas de autoenfrentamento e autossuperação)

1. Mentalsomática. Biblioterapia. Estudo. Leitura. Não apenas sobre o tema em questão, mas assuntos diversos, obras úteis,
técnicas, científicas, de qualidade literária. Percebi que o desenvolvimento intelectual e mentalsomático combate os emocionalismos e implementa a autoconfiança.
2.Autoanálise. O processo de auto-observação, autodiagnóstico, autocrítica.
3.Psicoterapia. Expor, falar sobre os problemas que angustiam, ouvir outros pontos de vista.
4. Escrever. Desenvolver o hábito de escrever os próprios sentimentos e reflexões. Ajuda a “desabafar”, organizar as ideias e ampliar a percepção das situações.
5. Técnicas. Não é suficiente saber que é preciso mudar. É preciso ter métodos, técnicas que ajudem a concretizar o processo.
6. Assistencialidade. Ajudar as pessoas. O fato é que quando assistimos outras consciências, cumprimos nossa função essencial de projeto de vida e nos concedemos satisfação íntima. “Sair do próprio umbigo” também é fundamental.
7. Trinômio. Motivação-Trabalho-Lazer. Escolha prioritária.
8. Conviviologia. Disciplinar-se para, ao menos uma vez por semana, estar em companhia de consciências afins.
9. Soma. Boa alimentação. Exercícios regulares.

Resultados. A maior auto-organização ajudou-me a concretizar maior número de tarefas e metas, a aumentar a produtividade, os momentos de acalmia e a disponibilidade para família e lazer. Isso trouxe maior satisfação íntima e a consequente tranquilidade, mais frequentemente, retroalimentando o processo de autossuperação. Entretanto, esta não foi a conclusão principal neste trabalho. Apesar dos títulos sugestivos disponíveis na literatura – “Liberte-se da ansiedade”, “Como superar a ansiedade”, “Confrontando a ansiedade” –, concluí que a ansiedade não é um problema em si. Por esta razão, é necessária a identificação dos fatos e traços que levam a pessoa à ansiedade. (8 –Análise dos resultados e consolidação de aprendizagens)

Conclusões. Reconheci o quanto as questões relacionadas à afetividade abalam meu equilíbrio emocional. Portanto, esta autopesquisa evidenciou os ganhos secundários que o padrão de comportamento ansioso mantinha, redirecionando-me para nova autopesquisa. Ainda não houve a superação plena do traço de ansiedade, mas percebo a necessidade de manter atenção à priorização e à auto-organização, e, principalmente, dar prosseguimento à autopesquisa, desta vez, relacionada à afetividade, um travão de meu processo evolutivo.
(9 – Fixação de reciclagens e encaminhamentos)

Agora que você estudou um exemplo básico de roteiro de autopesquisa, procure preencher a Folha de Autopesquisa. Depois, leia o estudo e complemente a folha com mais detalhe.


Folha de Autopesquisa: Veja nos materiais complementares e imprima. É um modelo sintético de roteiro, orientador de autopesquisa. Utilizo-o sempre que vou iniciar um novo tema de autopesquisa. Coragem! Faça sua autopesquisa para evoluir, tornar-se uma pessoa cada vez melhor – para os outros, e acima de tudo, para si mesma(o)! Desenvolva a Inteligência Emocional!

FOLHA DE AUTOPESQUISA:
Tema/Traço de autopesquisa
Data início:                      versão:
CONTEXTUALIZAÇÃO Como identificou o problema, sentimentos que surgem acerca do tema


OBJETIVOS
Quais os objetivos desta autopesquisa – descobrir origem, superar etc.
JUSTIFICATIVAS O que justifica investir nesta autopesquisa? Por que é importante este autoinvestimento?

Fatuística Quais os fatos que evidenciam que o traço existe ou precisa ser desenvolvido?

Traços força envolvidos
Traços fardos envolvidos
Traços faltantes envolvidos

Megatraço força:

Megatraço fardo:

Hipóteses preliminares Quais as possíveis hipóteses de causas deste traço negativo ou o que dificulta este traço, no caso de ser um traço positivo a desenvolver?  


Autoproposições preliminares: Ações básicas para início de trabalho e métodos a serem empregados / ações mais urgentes

Lista de temas a pesquisar: Lista de temas associados a esta autopesquisa


Materiais para estudo: Levantamento de títulos de verbetes, artigos, livros e filmes para leitura terapêutica


ENCAMINHAMENTOS
Atividades
Ações a serem desenvolvidas para a consolidação de reciclagens pessoais
Listam-se abaixo as mínimas atividades de autopesquisa temática e  exemplos de atividades paralelas mínimas
Prazo/Dedicação (Estimativa de horas de dedicação por semana, datas para início ou término das atividades etc.)
2. Auto-organização – priorização, rotinas úteis, agenda

3. Estudo/leitura

4. Registros periódicos

5. Identificar e experimentar técnicas

6. Síntese de leituras e anotações

7. Ações de convivialidade

8. Ações de lazer

9. Ações assistenciais

10.  Cursos

11.  Cuidados com o soma

12.  Práticas bioenergéticas

13.  Gestação/Produção consciencial: artigo


Data:  

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