Selecionei trechos essenciais para os interessados começarem e ampliarem os investimentos pessoais na autopesquisa. Deixei a formatação original com numeração desorganizada, propositalmente, para lembrar que é um material retirado da Apostila original do curso.
(...)
A autopesquisa é uma metodologia conscienciológica. É o estudo de si
mesmo, onde pesquisador é, simultaneamente, o investigador e o objeto de
pesquisa analisado. Os primeiros passos são a
identificação dos traços pessoais. Visando as autossuperações, é interessante
identificar os traços mais marcantes e que mais incomodam (ex. timidez, rancor,
carência, ansiedade, raiva). O entendimento do “problema” é essencial para a
busca da autossuperação. Por isso precisamos estudá-lo sistematicamente, com
metodologia científica.
Qual a sua
maior dificuldade pessoal? Quais características pessoais mais atrapalham a sua
vida?
Para
realizar a autopesquisa, em primeiro lugar está o pré-requisito da vontade, da
perseverança, da dedicação. Fazer investimentos pessoais, reservando tempo
pessoal para isso. Há cursos e livros específicos que orientam a autopesquisa
para o autoconhecimento. Este curso se propõe a apresentar algumas técnicas.
Reserve
um tempo para estabelecer uma rotina de autopesquisa periodicamente. Pode ser
diária ou semanal. Neste último caso, dedique-se à atenção dos pensamentos,
sentimentos e comportamentos no seu cotidiano. Faça anotações para não esquecer
o que for importante. Isto é fundamental à consolidação da autopercepção, da
consciência de si mesmo. Além de liberar espaço mental para coisas mais
importantes. Não há autopesquisa sem registros, do mesmo modo que não há
qualquer pesquisa científica sem anotações exaustivas pelo pesquisador.
Apresentamos abaixo alguns aspectos
complementares importantes para o desenvolvimento da Inteligência
Emocional. Para cada item, faça uma reflexão por escrito dos questionamentos
apresentados. São pontos importantes para o primeiro e mais importante atributo
da Inteligência Emocional: o autoconhecimento.
Influência
da mesologia: tudo o que compôs a nossa formação. A genética pessoal, o ambiente
onde crescemos, a família e demais pessoas que participaram do nosso
desenvolvimento e a cultura do local são alguns exemplos.
Qual a carga da genética familiar em sua
personalidade e comportamentos?
Quais as experiências de infância e adolescência que ainda
comprometem a sua manifestação hoje? Há algum trauma que ainda lhe abale
emocionalmente?
Qual a influência da cultura do local em que você nasceu e
cresceu em seus valores atuais?
Ainda mantêm regras e crenças ultrapassadas, que não
condizem mais com o seu mundo de hoje?
Considerar as várias dimensões do Ser: físico, emocional,
intelectual, espiritual. Não é fácil manter inteligência emocional se o corpo
físico está doente. Por exemplo, se temos dor, fica difícil sentar e se
concentrar para a autopesquisa, manter a calma ou a motivação. O
desenvolvimento intelectual também é fundamental, pois a ampliação dos
conhecimentos amplia nossa capacidade de entendimento das coisas e contribui
para o
autodiscernimento. Espiritualidade aqui, não deve ser confundida com religião.
A inteligência emocional pressupõe total autorresponsabilização por si, sem
terceirizar nenhuma conquista... e E sem culpar qualquer “força” externa.
Como você cuida da sua saúde física? Faz
exercícios regularmente? Faz os checkups anuais? Tem alimentação saudável? Horas
de sono suficientes?
Como
você desenvolve a sua intelectualidade? Quantos livros de bom nível, sem ser
literatice, você leu, no último ano? Que outros lugares você já conheceu?
Quanto sabe sobre a história da humanidade?
Com
relação à espiritualidade, você ainda espera que terceiros ou forças ocultas resolvam
seus problemas?
Identificação
de valores:
os valores pessoais norteiam nossas escolhas e decisões na vida. É componente
básico do autoconhecimento. Mais adiante aprofundaremos a identificação dos
valores pessoais.
Qual o seu valor pessoal mais significativo?
Com base em qual valor você norteia sua vida e suas escolhas? Há algum valor
especial ou você tem como propósito de vida meramente prazeres hedonísticos de
vida boa?
Identificação
das prioridades: as prioridades decorrem de nossos traços, valores e necessidades. A
clareza delas determina o que fazemos com nosso tempo e as conquistas que serão
realizadas.
Você
tem clareza das suas prioridades na vida? Quais os seus objetivos prioritários?
Com o que você ocupa mais o seu tempo?
Auto-organização: este é um atributo
fundamental ao desenvolvimento da inteligência emocional e para o alcance das
metas traçadas para a nossa vida.
Quais os seus métodos de organização das suas
coisas e do seu tempo?
A
sua casa, os seus armários, os seus documentos estão bem organizados?
Você
acumula muitos objetos que não usa há mais de um ano? Qual a periodicidade de
sua faxina? Doa as coisas que não utiliza mais?
Interassistencialidade: significa nos
ajudarmos mutuamente. Não podemos pensar somente no nosso próprio umbigo.
Precisamos contribuir para uma sociedade mais justa. Ajudar outras pessoas em
tudo que estiver ao nosso alcance. Isto é atitude de cidadania e também uma
ação que nos desenvolve a espiritualidade. Não tenha dúvidas de que, fazendo
assim, a primeira beneficiada é a própria pessoa que oferta assistência. Por
isso penso que a palavra interassistência é mais adequada que “fazer
assistência”.
Você presta algum tipo de ajuda a outras
pessoas regularmente? Como trata os outros no dia a dia? Está sempre disponível
para ajudar? Tem alguma atividade de voluntariado em instituições sem fins de
lucro?
Evitações: autocorrupções, autoculpas,
ressentimentos. Este trio é, frequentemente, o sabotador de nós mesmos. A
autocorrupção é quando fazemos algo que sabemos ser nocivo a nós mesmos ou aos
outros. Erramos conscientemente. Um exemplo de autocorrupção clássica é a do
pneumologista fumante. Hoje todos sabem o mal que é o cigarro, de maneira que
fumar é atentar contra a própria vida. No entanto, existem várias outras
modalidades de autocorrupções, mais sutis.
A culpa também
é algo que mina nossa Inteligência Emocional. Culpar-se não resolve o erro. Procure
ver o que pode fazer para corrigir ou compensar. E se não pode fazer mais nada,
cuide apenas para não errar novamente e seguir com a vida sem autoculpas ou
autopunições. O mesmo vale para os ressentimentos, venenos que destroem o equilíbrio
pessoal. O perdão é crucial para a saúde mental e emocional.
Depois de assistir ao vídeo,
responda as perguntas abaixo, em seu caderno de autopesquisador, analógico ou
virtual.
Vídeo:
Mantenha a forma
https://www.youtube.com/watch?v=FMDJxXQpjxk&list=PLgzt6nsaX0xKu1N0ZpvygZ6e48BJWSTa9&index=14
Com este vídeo podemos
refletir sobre dois pontos mais relevantes, entre outros: o primeiro, o
reconhecimento do quanto é difícil investirmos na saúde, seja ela física,
mental ou emocional. Desapegar de velhos hábitos nocivos. E se as pessoas
resistem aos cuidados do que é mais visível, ou seja, do corpo físico, imagine aquilo
que é mais escondido, dentro da intraconsciencialidade? Outro ponto, que é
fato: o descuido, os velhos hábitos, podem ser fatais para o corpo, ou para a
alma.
Quais as suas autocorrupções mais crassas?
Quais as mais sutis? Quais comprometem a sua saúde física, mental, emocional,
espiritual?
Você ainda guarda culpas e ressentimentos? Por quem? Por
quais motivos? Para quê?
Ajuda profissional: Alguns traumas e características de temperamento mais recalcitrantes
são mais difíceis de serem superados somente pelo esforço pessoal. Às vezes, é
necessária ajuda profissional, um terapeuta holístico ou um Coach podem ajudar,
mas a depender da gravidade da questão, pode ser necessário um psicólogo ou
mesmo um psiquiatra. Há inúmeras alternativas, nas quais cada um pode buscar a
cura naquilo com o que se identifica. Já se sabe, por exemplo, da medicina
quântica, que investiga memórias profundas (celulares) em níveis de DNA –
memórias que levam a comportamentos externos recorrentes, difíceis de modular.
A ciência, hoje, nos oferta esta possibilidade: de ficar cara a cara com
registros antigos, às vezes arcaicos, que nos levam a crenças limitantes e
condicionamentos. Temos a chance de trazer para a consciência a gênese de
certos condicionamentos destrutivos que, às vezes, remontam à vida
intra-uterina ou mesmo pré-conceptiva (Accioly, comunicação pessoal). Indicação
de livro: “A Biologia da Crença Bruce Lipton.”
Você já experimentou alguma psicoterapia ou
terapia alternativa? Funcionou? Por que funcionou? Ainda precisa de ajuda?
(...)
6.
AUTOPESQUISA – APROFUNDAMENTO
Considerando
que o Autoconhecimento é o atributo mais importante da Inteligência Emocional,
vamos aprofundar o tema da autopesquisa, maneira mais eficiente de promover
este atributo. Comece a pensar naquele traço fardo mais emergencial a ser
superado. Aquele que mais atrapalha sua vida, hoje. Você não precisa continuar
com este traço. Não espere ir ao “fundo do poço”, cansar de si mesmo, para
querer mudar.
Infelizmente
há pessoas que até gostam de certos traços negativos pessoais. Há pessoas que
chegam a se orgulhar de dizer que possuem certo traço fardo, por exemplo, o
perfeccionismo ou a ingenuidade. Nestes casos, falta maior entendimento do
traço, percepção, realismo. Reconhecer a necessidade de mudança é o primeiro
passo para poder então superar os traços imaturos.
Alguns
casos requerem ajuda profissional, um psicólogo ou, em caso de disfunção
fisiológica, um psiquiatra. Não há nada de errado em buscar ajuda. Ao
contrário, demonstra bom nível de discernimento, abertismo para reconhecer as
necessidades íntimas reais e força de vontade para empreender a autoevolução.
(...)
1.1.
Objetivos da autopesquisa
Segundo a Conscienciologia, no processo de
autopesquisa, o pesquisador desnuda-se para si e examina suas estruturas.
Olha-se de frente, encontra o que lhe agrada, desagrada, funciona e atrapalha,
para depois mudar. O objetivo maior é o autodesenvolvimento, desenvolver e
fortalecer talentos e competências, superar traços fardos, vencer os mitos e
crenças limitantes, evoluir.
Peter Drucker, em Desafios Gerenciais para o Século XXI
(2001), afirma:
"Gerenciar a si
mesmo" significa colocar-se onde você possa fazer sua maior contribuição à
sociedade; aprender a se desenvolver constantemente, mantendo-se mentalmente
ativo; e aprender como e quando mudar.
1.2.
Autopesquisologia
O conhecimento ordenado combate a ignorância, a mediocridade e a
irracionalidade humana. Este é o papel da ciência. Os seguintes tópicos definem
a Autopesquisologia, uma proposta científica, Especialidade
da Conscienciologia, trazida aqui para ampliar nossa metodologia de
desenvolvimento da inteligência emocional:
· Ciência
aplicada.
· Emprego
de instrumentos pesquisísticos.
· Ciência
do autoconhecimento.
· Essência
do Paradigma Consciencial (Conscienciologia).
· Reeducação
pessoal.
· Autoenfrentamento
investigativo.
O Princípio da Descrença alia-se à proposta
científica de ser e de viver, condizente com a Inteligência Emocional e trago este importante princípio para
reflexão:
“Não acredite em nada. Experimente. Tenha suas
experiências pessoais”
Este princípio também desafia o leitor que queira
verdadeiramente desenvolver Inteligência Emocional a experimentar todos os
métodos e referências bibliográficas. Não desanime! Quanto maior o
autoinvestimento, tanto maior são os resultados. Temos uma vida inteira para
evoluir!
1.3.
Metodologia Científica – Aspectos para a Autopesquisa
Se a ciência é capaz de se
dedicar a focos tão específicos e diferenciados, propomos aqui tratarmos a nós
mesmos
com igual seriedade e dedicação científicas. Isto é, com cientificidade. Eis
alguns atributos qualificadores da autocientificidade
(Kauaki, 2014). Aproveite para se pontuar, em cada um destes indicadores. Se
precisar, vale novamente a dica do uso do dicionário. De 0 a 10, qual a sua
nota para os atributos elencados na tabela abaixo:
Teste da autocientificidade pesquisística
Atributos
da Autocientificidade
|
Nota
pessoal (0 a 10)
|
01.
Abertismo
|
|
02.
Antidogmatismo
|
|
03.
Autocriticidade
|
|
04.
Autodidatismo
|
|
05.
Autodiscernimento
|
|
06.
Bibliofilia
|
|
07.
Cientificidade
|
|
08.
Descrencialidade
|
|
09.
Intelectualidade
|
|
10.
Logicidade
|
|
11.
Neofilia
|
|
12. Ser
sempre questionador (a)
|
|
13.
Racionalidade
|
|
14.
Tecnicidade
|
Assim, a autopesquisa consciencial assemelha-se
à metodologia científica. Os itens abaixo detalham aspectos da autopesquisa,
que coincidem com a abordagem científica tradicional:
· Foco: escolher o tema
· Sistematização –
visão sistêmica, organização panorâmica
· Definições
(objetivos, justificativas, palavras-chave, tema)
· Método – uso e
desenvolvimento de técnicas
· Levantamento de
hipóteses
· Estudo
· Análise e reflexão
· Testes
· Repetição / Ciclos
· Conclusões após
trabalho exaustivo
· Referências
bibliográficas
O ponto em que a
autopesquisa se distancia da ciência convencional é o aspecto no qual o
pesquisador coloca-se, ao mesmo tempo, como observador e como observado.
Entretanto, não há pesquisador mais apto a pesquisar nossa
intraconsciencialidade do que nós mesmos. Nem mesmo o melhor dos profissionais.
Todas as informações ao nosso respeito estão dentro de nós. E somos nós as
pessoas mais interessadas em nossa própria evolução.
Ressaltamos a importância da escrita. Você conhece algum
pesquisador que não escreve? E a autopesquisa trata de nosso maior bem: nós
mesmos. Por isso reforçamos a importância da escrita
(...)
A autopesquisa começa por questionamentos, interesse, curiosidade, sede
de saber, vontade de superar-se. Vontade e autorganização são fundamentais.
O
Autoconhecimento é a condição de conhecer a si mesmo de modo integral com consequente
ampliação e discernimento da autoconsciencialidade. Isso implica o uso de
lucidez, autocrítica, autopercepção. As leituras atentas com grifos, marcações,
resumos, anotações e digitações no computador pessoal ou em papel formam o caderno
do autopesquisador e constituem manifestações inteligentes na autopesquisa.
(...)
Seguem-se exercícios:
Valores: http://inteligenciaemocionalatodos.blogspot.com.br/2017/08/exercicio-identificando-valores.html
Balanço existencial: http://inteligenciaemocionalatodos.blogspot.com.br/2017/08/exercicio-balanco-existencial.html
(...)
1.1.
Roteiro para Autopesquisa
Uma vez identificado o objetivo de superação, um traço negativo que você
queira eliminar, ou um traço positivo que você
gostaria de desenvolver, as seguintes etapas podem ser desenvolvidas:
·
Definir o problema: buscar em diferentes
dicionários e artigos a definição do traço fardo a superar ou traço força
faltante a desenvolver.
·
Estudar este traço, em diferentes fontes
bibliográficas e filmográficas.
·
Fazer uma definição pessoal do traço
aplicado a você.
·
Elaborar uma justificativa para esta
autopesquisa. Por que? Para quê?
·
Definir um objetivo, meta de
autopesquisa. O que você quer? Quanto?
·
Fazer um levantamento dos fatos que
evidenciam seu problema.
·
Levantar hipóteses que podem ser a causa
do problema.
·
Elaborar um plano de ação de
autopesquisa.
·
Desenvolver disciplina para prosseguir
com a autopesquisa com uso de agenda semana.
·
Testar e usar ferramentas, técnicas.
·
Periodicamente, fazer um balanço e
relatório da autopesquisa.
·
Quando alcançar o objetivo, escrever um
artigo que possa ser útil a outras pessoas com o mesmo problema que você.
Alternativamente, Kauati (2014) apresenta o processo
de autopesquisa em cinco passos:
1. Definição do problema.
2. Revisão bibliográfica sobre o tema.
3. Coleta de dados – autoinvestigação.
4. Experimentos.
5. Análise dos resultados
Mais adiante, no estudo de caso que trouxemos para este curso, o leitor
terá oportunidade de vivenciar roteiro de autopesquisa com a Folha de
Autopesquisa. Também no capítulo a seguir, a Autoconsciencioterapia expande um
roteiro especializado para a autopesquisa. Para agora, propomos que você
reflita para identificar que traços precisa superar ou desenvolver, para poder
aplicar o roteiro acima. Vamos agora a um exercício prático.
Prática: Identificação de três principais traços a superar / problemas a
resolver.
Você
compreende que o nível de incômodo dos problemas depende de como você os
enfrenta?
1.2.
Qualificação da Autopesquisa
A seguir, sintetizamos algumas orientações
para otimizar o processo de autopesquisa:
- Anotações:
registros pessoais
·
Autocrítica:
o auto-exame racional e ponderado (autodiscernimento)
- Detalhismo: as
autoanálises detalhadas e minuciosas
- Experimentar: testar
diferentes técnicas, aprender com o exemplo de outras pessoas
- Incorruptibilidade:
a probidade nas auto-avaliações e autoanálises. Evitar os autoenganos
- Intencionalidade:
o sincero desejo de autoconhecimento e autossuperação
- Introspecção: o recolhimento
íntimo, a câmara de reflexão
- Emocionalismo:
isenção de emoções na análise das vivências
Maturidade: Evitar falsas expectativas e mudanças drásticas.
1.3.
Autoconsciencioterapia
A autoconsciencioterapia
(Takimoto, 2006) é proposta pela Organização Internacional de
Consciencioterapia - OIC e inclui as seguintes fases apresentadas no mapa
mental:
1.
Autoinvestigação – auto-observar-se, com
autocrítica.
2.
Autodiagnóstico – é o
diagnóstico sobre si, com máxima sinceridade e reflexão.
3. Autoenfrentamento
– Requer coragem, assumir dificuldades, com ações renovadoras. Fazer
autoprescrições, desenvolver estratégias pessoais e realizar o acompanhamento, a
avaliação da autopesquisa, até a superação.
4. Autossuperação
– superação de traços fardos, pensamentos e sentimentos negativos, dificuldades
e/ou imaturidades; satisfação íntima.
Técnicas para a Autoconsciencioterapia
Cada fase
da autoconsciencioterapia requer técnicas específicas e dedicação por parte do
pesquisador realmente interessado na autocura. Seguem alguns exemplos por fase
autoconsciencioterápica:
1. Autoinvestigação
- As técnicas da linha do tempo, autobiografia e balanço existencial
já apresentadas.
- Técnica do Diário: Anotar
regularmente, em caderno próprio ou computador pessoal, reflexões e
acontecimentos cotidianos, insights,
com reflexão crítica.
- A técnica do “Diário de Bordo” já indicada em
nossos primeiros capítulos.
2. Autodiagnóstico
- As perguntas são as respostas – promover autoquestionamentos reflexivos que tragam insights.
- Reflexão – dedicar de uma a cinco horas ininterruptas acerca de um
tema que queira desenvolver maior compreensão, tomar decisão, aprimorar
etc. Garantir não ter interrupção durante a prática da reflexão.
- Dicionários – Uma vez identificado um traço pessoal, consulte as
definições em diferentes dicionários para checar se corresponde ao traço
em questão.
- Técnica da síntese dos registros – Registre diariamente os principais fatos de seu cotidiano,
aprendizagens, insights,
pensamentos e sentimentos mais importantes. No máximo a cada dois dias.
Após um período de anotações pessoais, por exemplo 10 dias, releia
seus registros. Qual a síntese dos principais acontecimentos e
aprendizagens? Que traços pessoais trouxeram os maiores problemas? Que
traços trouxeram as experiências mais agradáveis? Quais os valores
envolvidos? Quais os encaminhamentos a partir desta análise? Alguma
mudança?
3. Autoenfrentamento
- Técnica das Ações pelas pequenas coisas – fragmentar em pequenas
ações a solução para superação de um problema maior. Um passo de cada vez.
Exemplo: aprender a gostar de ler. Pequeno passo: começar com leituras
simples – gibis, revistas de temas de que
goste, que interessem. Ler por alguns minutos. O próximo pequeno passo
pode ser ler um livro de contos de tema ou autor de que goste. Amplia-se
gradativamente o tempo da leitura. Ir assim avançando, ampliando as metas,
até incorporar o hábito.
- Técnica da Qualificação
da Intenção (Vieira, 2014) – Sempre questionar-se por que? Para quê? Para
quem? Por exemplo: “Qual a minha real intenção com esta ação?”; “Por que
vou fazer isso?”; “Preciso mesmo fazer isso?”; “Isso prejudica outras
pessoas?”.
- Técnica de Mais um Ano de Vida (Vieira, 1994) –
Replanejar a vida como se só fosse ter apenas mais um ano de vida de forma
evolutiva, considerando que apenas o corpo físico morre. Busca-se ampliar
a tolerância, fazer as reconciliações pendentes, libertar-se de ressentimentos e priorizar o mais essencial.
Dicas genéricas para o autoenfrentamento:
· Abrir mão das imaturidades/infantilidades (despojamento)
· Aproveitar as oportunidades – o “bonde” passa.
· Assumir os traços fortes (coerência).
· Bancar novas responsabilidades.
· Banir as inutilidades (priorizações) – ainda vendo novelas, mais de 1
hora/dia?
·
Buscar novas companhias evoluídas.
· Comandar a própria vida (autossustentabilidade).
· Eliminar as autocorrupções (cosmoética).
· Sair de cima do muro (posicionamento), decidir, agir.
4. Autossuperação
Segue-se sugestão do exercício Rotinometria: http://inteligenciaemocionalatodos.blogspot.com.br/2017/08/rotinometria.html
(...)
1.1.
Exemplo de Autopesquisa - Estudo de Caso (artigo)
Este capítulo foi idealizado para você experimentar um roteiro e iniciar a
autopesquisa para superação de um traço fardo, ou desenvolver, de maneira
prática, um traço positivo que você gostaria de ter. Apresento experiência
pessoal para a superação do traço fardo que muito me atrapalhava, anos atrás: a
ansiedade. O artigo que trouxemos para estudo de caso, faz uma síntese do
processo de autopesquisa desta autora. O artigo completo está disponível na
Revista Conscientia (Vieira, 2015), caso interesse o aprofundamento. As
inserções em vermelho apontam as etapas de autopesquisa, para adaptação à sua autopesquisa,
leitor ou leitora, na busca por desenvolver a Inteligência Emocional. Estas
etapas são as seguintes
1
– Pesquisar sobre o traço
2
– Elencar definições existentes do traço e formular definição pessoal
3
– Elaborar objetivos e justificativas da autopesquisa
4
– Levantar fatos que evidenciam o problema na vida pessoal
5
– Levantar hipóteses que expliquem o problema
6
– Elaborar plano de ação com lista de atividades e prazos
7
– Desenvolver e experimentar métodos e técnicas de autoenfrentamento e
autossuperação
8
– Analisar os resultados e a consolidação de
aprendizagens
9
– Fixar as reciclagens e fazer encaminhamentos.
Atenção: este é o terceiro exemplo de roteiro! Cada um precisa ver o
que é melhor pra si, e até inventar o seu roteiro pessoal:
Acompanhe a síntese do meu processo de autopesquisa para superação da
ansiedade. Atenção: uso do dicinionário recomendado. E para contextualizar a minha experiência, assista o
vídeo do desorganizado. Tem semelhanças reais J.
Vídeo - O Desorganizado https://www.youtube.com/watch?v=PMoINjIgE3o&list=PLgzt6nsaX0xKu1N0ZpvygZ6e48BJWSTa9&index=12
AUTOPESQUISA: FERRAMENTA DE SUPERAÇÃO DA ANSIEDADE -síntese
Senti necessidade de escrever um
artigo sintético para disponibilizar em meu blog e com linguagem acessível, em
resumo à monografia conscienciológica apresentada
à INTERCAMPI. A monografia foi fruto de mais de um ano de autopesquisa acerca
do tema ansiedade, ajudando-me em meu autoconhecimento e na identificação das
ferramentas Priorização e Auto-organização como essenciais à autossuperação e à
autocura personalíssimas. Quem sabe o registro de minhas experiências e
reflexões podem ser úteis àqueles com dificuldades semelhantes... caso consigam
ler este artigo com sua ansiedade em níveis
permissíveis a uma autocrítica consciente ;-). O texto foi revisado por colegas
do voluntariado.
A ansiedade é um traço fardo que acompanha milhões de pessoas, comprometendo seu bem-estar e seu processo evolutivo de diferentes formas. (1 – pesquisa sobre o traço) A despeito de várias definições, para mim, a ansiedade pode ser definida como um sentimento de perturbação, ânsia, insatisfação, incompletude e/ou angústia, que impede minha serenidade, e que me motiva a estar sempre em busca de alguma coisa que me traga satisfação íntima. (2 – definição e definição pessoal) A autopesquisa foi desenvolvida na intenção de identificar as causas, entender meu processo de ansiedade e atingir a autossuperação deste sintoma. (3 – Objetivos e Justificativas)
No início da autopesquisa, não foi difícil identificar os fatos
denunciadores de meus traços fardos como: ansiedade constante; tendência a ser
workaholic; sempre em cima da hora ou atrasada para os compromissos; angústia
com medo de estar perdendo tempo; intolerância a momentos de espera em filas,
consultórios; multiplicidade de interesses; agenda sempre lotada; dificuldade
em fazer escolhas e priorizar; taquipsiquismo; eventuais melancolias;
comportamento controlador, entre outros. (4 – Levantamento
dos fatos que evidenciam o problema)
No processo de reeducação, foram utilizadas técnicas
consciencioterápicas, a elaboração de um Plano de Ação e o desenvolvimento da
disciplina pessoal. Levantei algumas hipóteses para explicar a problemática e
recomenda-se que qualquer pessoa "ansiosa" acabe fazendo o mesmo. Por exemplo: (5 –Levantamento de
hipóteses que expliquem o problema)
1.
Fazer
o máximo de coisas para compensar a baixa autoconfiança: “quanto mais eu
fizer/construir, mais significante posso ser” – necessidade de sentir-me
produtiva e útil.
2.
Não ter tempo para enxergar a mim mesma – fuga
de si.
3.
Não
dar espaço/tempo para enxergar minhas insatisfações – fuga de si.
4.
Não
ter tempo para maior convivialidade/contatos sociais com grupocarma – fuga de
si.
5.
Evitar
assumir responsabilidades de maior comprometimento – fuga de si.
6.
Preenchimento
de “vazio existencial”.
Lista. Pode ser útil enumerar as principais ferramentas utilizadas e ações realizadas: (6 e 7 – Plano de ação e desenvolvimento e experimentação de métodos e técnicas de autoenfrentamento e autossuperação)
1. Mentalsomática. Biblioterapia. Estudo. Leitura. Não apenas sobre o tema em questão, mas assuntos diversos, obras úteis, técnicas, científicas, de qualidade literária. Percebi que o desenvolvimento intelectual e mentalsomático combate os emocionalismos e implementa a autoconfiança.
2.Autoanálise.
O processo de auto-observação, autodiagnóstico, autocrítica.
3.Psicoterapia. Expor, falar sobre os problemas que angustiam, ouvir outros pontos de vista.
4. Escrever. Desenvolver o hábito de escrever os próprios sentimentos e reflexões. Ajuda a “desabafar”, organizar as ideias e ampliar a percepção das situações.
3.Psicoterapia. Expor, falar sobre os problemas que angustiam, ouvir outros pontos de vista.
4. Escrever. Desenvolver o hábito de escrever os próprios sentimentos e reflexões. Ajuda a “desabafar”, organizar as ideias e ampliar a percepção das situações.
5. Técnicas.
Não é suficiente saber que é preciso mudar. É preciso ter métodos, técnicas que
ajudem a concretizar o processo.
6. Assistencialidade.
Ajudar as pessoas. O fato é que quando assistimos outras consciências,
cumprimos nossa função essencial de projeto de vida e nos concedemos satisfação
íntima. “Sair do próprio umbigo” também é fundamental.
7. Trinômio. Motivação-Trabalho-Lazer. Escolha prioritária.
7. Trinômio. Motivação-Trabalho-Lazer. Escolha prioritária.
8. Conviviologia.
Disciplinar-se para, ao menos uma vez por semana, estar em companhia de
consciências afins.
9. Soma.
Boa alimentação. Exercícios regulares.
Resultados. A maior auto-organização ajudou-me a concretizar maior número de
tarefas e metas, a aumentar a produtividade, os momentos de acalmia e a disponibilidade
para família e lazer. Isso trouxe maior satisfação íntima e a consequente
tranquilidade, mais frequentemente, retroalimentando o processo de
autossuperação. Entretanto, esta não foi a conclusão principal neste trabalho.
Apesar dos títulos sugestivos disponíveis na literatura – “Liberte-se da
ansiedade”, “Como superar a ansiedade”, “Confrontando a ansiedade” –, concluí
que a ansiedade não é um problema em si. Por esta razão, é necessária a
identificação dos fatos e traços que levam a pessoa à ansiedade. (8
–Análise dos resultados e consolidação de aprendizagens)
Conclusões. Reconheci o quanto as questões relacionadas à afetividade abalam meu equilíbrio emocional. Portanto, esta autopesquisa evidenciou os ganhos secundários que o padrão de comportamento ansioso mantinha, redirecionando-me para nova autopesquisa. Ainda não houve a superação plena do traço de ansiedade, mas percebo a necessidade de manter atenção à priorização e à auto-organização, e, principalmente, dar prosseguimento à autopesquisa, desta vez, relacionada à afetividade, um travão de meu processo evolutivo. (9 – Fixação de reciclagens e encaminhamentos)
Agora que
você estudou um exemplo básico de roteiro de autopesquisa, procure preencher a
Folha de Autopesquisa. Depois, leia o estudo e complemente a folha com mais
detalhe.
Folha de Autopesquisa: Veja nos materiais complementares e imprima. É um modelo sintético de roteiro, orientador de autopesquisa. Utilizo-o sempre que vou iniciar um novo tema de autopesquisa.
Coragem! Faça sua autopesquisa para evoluir, tornar-se uma pessoa cada vez
melhor – para os outros, e acima de tudo, para si mesma(o)! Desenvolva a Inteligência Emocional!
FOLHA DE
AUTOPESQUISA:
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Tema/Traço
de autopesquisa
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Data
início: versão:
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CONTEXTUALIZAÇÃO
Como identificou o problema, sentimentos que surgem acerca do
tema
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OBJETIVOS
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Quais os objetivos desta autopesquisa
– descobrir origem, superar etc.
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JUSTIFICATIVAS
O que justifica investir nesta autopesquisa? Por que é
importante este autoinvestimento?
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Fatuística
Quais os fatos que evidenciam que o traço existe ou precisa
ser desenvolvido?
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Traços força envolvidos
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Traços fardos envolvidos
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Traços
faltantes envolvidos
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Megatraço
força:
Megatraço
fardo:
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Hipóteses
preliminares Quais as possíveis hipóteses de
causas deste traço negativo ou o que dificulta este traço, no caso de ser um
traço positivo a desenvolver?
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Autoproposições
preliminares: Ações básicas para início de trabalho
e métodos a serem empregados / ações mais urgentes
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Lista
de temas a pesquisar: Lista de temas associados a esta
autopesquisa
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Materiais
para estudo: Levantamento de títulos de
verbetes, artigos, livros e filmes para leitura terapêutica
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ENCAMINHAMENTOS
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Atividades
Ações a serem desenvolvidas para a
consolidação de reciclagens pessoais
Listam-se abaixo as mínimas
atividades de autopesquisa temática e
exemplos de atividades paralelas mínimas
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Prazo/Dedicação (Estimativa de horas de dedicação
por semana, datas para início ou término das atividades etc.)
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2. Auto-organização –
priorização, rotinas úteis, agenda
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3. Estudo/leitura
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4. Registros periódicos
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5. Identificar e
experimentar técnicas
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6. Síntese de leituras e
anotações
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7. Ações de
convivialidade
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8. Ações de lazer
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9. Ações assistenciais
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10. Cursos
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11. Cuidados com o soma
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12. Práticas
bioenergéticas
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13. Gestação/Produção
consciencial: artigo
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Data:
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